O ‘palo piche’ (Fabiana imbricata), um
Pesquisadores das universidades de Playa Ancha (Chile) e de Catania (Itália) analisaram o óleo essencial extraído das folhas frescas do arbusto e observaram, em testes de laboratório, que ele pode destruir células de câncer de próstata sem prejudicar células normais. “O óleo essencial mostrou capacidade para reduzir significativamente a viabilidade celular em linhas de células cancerígenas sem afetar as células normais”, apontam os autores do estudo, publicado no Journal of Ethnopharmacology.
Durante os experimentos, os cientistas trataram duas linhagens de células tumorais - uma sensível e outra resistente a hormônios - e constataram que, em concentrações mais altas, o óleo deixou vivas apenas entre 23% e 26% dessas células. O mais promissor, segundo os autores, é que essas concentrações não causaram danos às células saudáveis.
Apesar dos achados animadores, os próprios cientistas alertam que os resultados são preliminares e limitam-se a testes in vitro. “Se necessitam experimentos com animais e uma série de estudos celulares para provar os compostos ativos individualmente”, reforçou o urologista Norberto Bernardo, da Universidade de Buenos Aires, em entrevista ao site de notícias Infobae.
Para o oncologista Rodrigo Sánchez, presidente do Grupo Urooncológico de Pesquisa da Associação Argentina de Oncologia Clínica, o estudo abre caminho para novas abordagens terapêuticas. “Existe uma necessidade contínua de desenvolver opções de tratamento mais eficazes para casos resistentes à terapia hormonal e para fases avançadas da doença”, afirmou. No entanto, ele pondera que “são necessárias investigações científicas mais extensas do óleo essencial” e que o mecanismo molecular de ação ainda não está completamente elucidado.
O uso de óleos essenciais em tratamentos oncológicos tem ganhado atenção da comunidade científica internacional. Um artigo publicado pela Royal Society of Chemistry destacou que nanotransportadores podem ajudar a contornar limitações como baixa estabilidade e biodisponibilidade, aumentando o potencial terapêutico desses compostos naturais.