Fadiga, queda de cabelo e unhas fracas podem indicar falta de vitaminas no organismo

Deficiências nutricionais são comuns, passam despercebidas e podem evoluir para problemas graves se não forem identificadas a tempo

Fadiga constante, unhas quebradiças, queda de cabelo e alterações na pele costumam ser atribuídas à rotina intensa ou ao estresse. No entanto, esses sinais aparentemente simples podem ser alertas silenciosos de deficiência de vitaminas, um problema que afeta milhões de pessoas no mundo, inclusive no Brasil.

Dados do Ministério da Saúde indicam que uma em cada três pessoas sofre com a falta de vitamina A, ferro ou iodo. Já a vitamina D, essencial para ossos, músculos e imunidade, apresenta números ainda mais preocupantes: cerca de um bilhão de pessoas convivem com insuficiência ou deficiência desse nutriente. No Brasil, estudos mostram que o problema ocorre mesmo em regiões ensolaradas e durante o verão.

As vitaminas são nutrientes que o corpo não produz sozinho. Quando estão em níveis baixos, o organismo tenta se adaptar, emitindo sinais que nem sempre são claros. Segundo especialistas, o cansaço persistente é um dos sintomas mais frequentes. Mesmo após dormir bem, a sensação de exaustão continua quando há carência de vitaminas do complexo B, ferro ou vitamina D, que participam diretamente da produção de energia.

Mudanças visíveis também chamam atenção. Unhas fracas, com manchas ou que quebram facilmente, podem indicar falta de ferro, zinco, biotina ou cálcio. A pele ressecada e sem viço costuma estar associada à deficiência de vitaminas A, C ou E. Já a queda excessiva de cabelo pode ter relação com baixos níveis de ferro, vitamina D e vitaminas do complexo B.

Leia também

Problemas na boca são outro sinal importante. Sangramento gengival frequente pode apontar falta de vitamina C, enquanto rachaduras nos cantos dos lábios estão ligadas à carência de vitaminas do complexo B. Esses sintomas costumam surgir de forma gradual e, por isso, muitas vezes são ignorados.

A deficiência de vitamina D merece atenção especial. Pesquisas realizadas em capitais brasileiras identificaram que mais da metade da população apresenta insuficiência desse nutriente em algumas cidades. Entre os sintomas estão dores ósseas e musculares, fraqueza, alterações de humor, dificuldade de concentração e maior propensão a infecções. Em situações mais graves, podem surgir doenças ósseas que comprometem a estrutura do esqueleto.

As vitaminas do complexo B também são fundamentais para o funcionamento do sistema nervoso e do metabolismo. A falta de vitamina B12, mais comum em vegetarianos e veganos, pode causar anemia, formigamento nas mãos e nos pés, perda de memória e alterações neurológicas. Deficiências de outras vitaminas desse grupo estão associadas à irritabilidade, ansiedade, insônia e alterações de humor.

Já a vitamina A, conhecida por seu papel na visão, é essencial para a saúde da pele e para a imunidade. Sua deficiência pode causar dificuldade para enxergar em ambientes com pouca luz, ressecamento dos olhos e maior risco de infecções. A vitamina C, por sua vez, precisa ser consumida regularmente, já que o corpo não mantém grandes reservas. Quando falta, surgem cansaço, inflamações frequentes e sangramento gengival.

Se não forem corrigidas, essas carências podem evoluir para doenças como anemia, osteoporose e, em gestantes, aumentar o risco de malformações no bebê. Crianças com deficiência grave de vitamina A, por exemplo, têm maior risco de cegueira e de complicações por infecções comuns.

Alguns grupos exigem atenção redobrada, como gestantes, idosos, pessoas que passaram por cirurgia bariátrica, pacientes com doenças intestinais e indivíduos que seguem dietas restritivas. Nesses casos, a absorção ou a ingestão de vitaminas pode ser insuficiente.

O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, solicitados quando há sintomas ou fatores de risco. O tratamento varia de ajustes na alimentação à suplementação, sempre com orientação profissional. O uso indiscriminado de vitaminas não é recomendado, já que o excesso também pode causar prejuízos à saúde.

A prevenção começa no prato. Uma alimentação variada, rica em frutas, legumes, verduras, proteínas de qualidade e laticínios, ajuda a garantir o aporte necessário de nutrientes. A exposição moderada ao sol também contribui para a produção de vitamina D.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação Duo, FBK, Gira e Viver.

Ouvindo...