Ouvindo...

Engenheiro indiano ajudou EUA a desenvolver avião ‘invisível’ B-2 Spirit; depois foi preso por criar mísseis com a China

A queixa criminal alegava que ele “comunicou intencionalmente” informações de defesa nacional a pessoas não autorizadas

B-2 Spirit, da Força Aérea dos Estados Unidos

Os Estados Unidos utilizaram seus bombardeiros B-2 Spirit em ataques a três instalações nucleares iranianas no domingo. Conhecida como bombardeiro “Stealth”, essa aeronave tem uma ligação com a Índia: um engenheiro indiano-americano, Noshir Gowadia, esteve envolvido no desenvolvimento de seu sistema de propulsão.

Gowadia, nascido em Mumbai, foi posteriormente condenado a mais de 30 anos de prisão. Ele compartilhou informações militares confidenciais com a China, permitindo que Pequim desenvolvesse um sistema de exaustão de mísseis de cruzeiro que os torna mais difíceis de detectar.

De acordo com o FBI, Gowadia, agora com 81 anos, foi preso em outubro de 2005. A queixa criminal alegava que ele “comunicou intencionalmente” informações de defesa nacional a pessoas não autorizadas.

Durante o julgamento, foi revelado que Gowadia trabalhou para a Northrop Grumman Corporation, fabricante dos bombardeiros B-2, de 1968 a 1986. Ele contribuiu para o sistema de propulsão e as capacidades de baixa observação do B-2. Gowadia continuou a trabalhar em assuntos confidenciais como contratado do governo dos EUA até 1997, quando sua autorização de segurança foi revogada.

Visitas à China

As evidências apresentadas no julgamento mostraram que Gowadia visitou a China seis vezes entre junho de 2003 e julho de 2005. Ele forneceu serviços de defesa, incluindo design, suporte de teste e análise de dados, para ajudar a China a desenvolver um sistema de mísseis de cruzeiro com um bico de exaustão furtivo. No momento de sua prisão, Gowadia havia recebido pelo menos US$ 110.000 dos chineses.

A condenação de Gowadia ocorreu em agosto de 2010, após um julgamento de quase quatro meses em Honolulu e seis dias de deliberação. Em janeiro de 2011, ele foi sentenciado a 32 anos de prisão.

Leia também

Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.