A sensação de
Segundo Roberts, bactérias e vírus responsáveis por doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia e clamídia, não sobrevivem por muito tempo fora do corpo humano, especialmente em superfícies frias. “Se os assentos de vasos sanitários pudessem transferir DSTs [com facilidade], nós as veríamos frequentemente em todas as faixas etárias”, reforça. O mesmo vale para infecções do trato urinário, que são muito mais prováveis por má higienização própria do que pelo assento.
Raras exceções
Alguns vírus resistentes, como o HPV, podem sobreviver por dias em superfícies. “Estes vírus são muito pequenos e possuem camadas de proteína muito estáveis”, explica Karen Duus, professora da Universidade Touro (EUA). Mesmo assim, a transmissão via assento só ocorreria em caso de feridas na pele. Casos semelhantes envolvem o vírus do herpes, embora a infecção também seja rara.
O verdadeiro risco
Segundo Roberts, a maior ameaça vem das mãos contaminadas ao tocar no assento ou em superfícies do banheiro e, depois, levá-las à boca. Microrganismos como ‘E. coli’, ‘Salmonella’, ‘Shigella’ e ‘norovírus’ podem estar presentes. Este último é altamente resistente e pode sobreviver por até dois meses.
Outro perigo é a chamada ‘pluma do vaso': partículas lançadas no ar após a descarga podem se espalhar pelo banheiro. “Algumas pessoas gostam de chamar de ‘espirro da privada’”, diz o virologista Charles Gerba, da Universidade do Arizona (EUA).
Como se proteger
As medidas mais eficazes continuam simples: lavar as mãos por pelo menos 20 segundos e, se possível, usar álcool em gel. Forrar o assento com papel ou usar a posição de cócoras oferece pouca proteção e pode causar problemas de saúde, como infecção urinária.
Gerba alerta que banheiros públicos geralmente são mais limpos que os domésticos, por serem higienizados várias vezes ao dia. “Na maioria dos casos, é mais seguro usar um vaso sanitário no banheiro público do que em casa”, afirma.
Por fim, especialistas reforçam: evitar levar o celular ao banheiro e reduzir o contato com superfícies é fundamental. E, se ainda houver medo, lembre-se: o risco de pegar doenças é menor do que você pensa.