Pequenas, mas incômodas, as
As aftas são úlceras orais comuns, caracterizadas por serem lesões arredondadas ou ovais, geralmente com um centro esbranquiçado ou amarelado e uma borda avermelhada e inflamada. É importante destacar que não são contagiosas e se diferenciam das feridas causadas pelo vírus do herpes, que normalmente surgem na parte externa dos lábios.
Há três principais tipos de aftas, classificados conforme suas características:
- Aftas menores: Representam cerca de 80% dos casos. São pequenas (menos de 1 cm), superficiais, e tendem a cicatrizar entre uma e duas semanas, sem deixar marcas.
- Aftas maiores: Mais raras e dolorosas, com mais de 1 cm de diâmetro. Podem demorar semanas para desaparecer e, em alguns casos, deixam cicatrizes.
- Aftas herpetiformes: Também incomuns, surgem em pequenos grupos (de 1 a 3 mm) que podem se unir e formar uma lesão maior. Apesar do nome, não são causadas pelo vírus do herpes.
A avaliação profissional é essencial para identificar corretamente o tipo de lesão. O diagnóstico deve ser feito por um dentista ou médico.
O que causa as aftas?
Ainda não se sabe com precisão o que provoca o surgimento das aftas, mas especialistas apontam para uma combinação de fatores. Elas não são causadas por agentes infecciosos transmissíveis. Os principais elementos associados ao seu aparecimento incluem:
- Traumas locais, como mordidas acidentais ou escovação dental agressiva.
- Estresse emocional, especialmente em pessoas predispostas.
- Deficiências nutricionais, como falta de ferro, ácido fólico, vitamina B12 e zinco.
- Fatores genéticos, com histórico familiar de aftas recorrentes.
- Alterações hormonais, com relatos de aparecimento durante o ciclo menstrual.
- Sensibilidade a alimentos, como frutas cítricas, chocolate, café e nozes.
- Disfunções imunológicas ou uso de medicamentos específicos, como anti-inflamatórios.
Entre os sintomas mais comuns, destacam-se:
- Lesões dolorosas na boca.
- Sensação de queimação ou formigamento antes do surgimento da úlcera.
- Úlcera rasa com coloração branca ou amarelada e borda vermelha.
- Dificuldade para falar, comer ou engolir, dependendo da localização da lesão.
- Em casos mais graves, podem ocorrer febre, mal-estar e linfonodos inchados.
Tratamentos caseiros e cuidados naturais
É comum que pessoas busquem alternativas naturais ou caseiras para acelerar a cicatrização das aftas. No entanto, especialistas lembram que a maioria das lesões desaparece espontaneamente em até duas semanas. Os métodos caseiros não substituem o diagnóstico profissional, mas podem ajudar a aliviar o desconforto.
Quando o objetivo é uma ‘cura’ mais rápida, o ideal é ter cautela.
Veja algumas medidas frequentemente utilizadas para controle dos sintomas:
- Higiene oral cuidadosa: Escovar os dentes com delicadeza e usar fio dental ajuda a evitar infecções secundárias.
- Evitar alimentos irritantes, como tomate, abacaxi, condimentos, nozes e alimentos duros.
- Bochechos com água morna e sal: Uma colher de chá de sal em um copo d’água pode proporcionar alívio temporário.
- Uso de produtos tópicos: Géis e pomadas anestésicas, vendidos em farmácias, podem ajudar. Siga sempre as orientações da embalagem.
- Alimentos frios ou gelados, como picolés e iogurte, auxiliam na anestesia local.
- Substâncias naturais, como própolis ou chá de camomila, são mencionadas popularmente, mas é importante lembrar: ‘natural’ não é sinônimo de ‘seguro para todos’, e a comprovação científica da eficácia dessas abordagens ainda é limitada.
Quando buscar ajuda profissional
A presença de aftas persistentes ou muito dolorosas pode indicar um problema maior. Procure atendimento médico ou odontológico se:
- As lesões forem grandes, múltiplas ou recorrentes.
- Persistirem por mais de três semanas.
- Ocasionarem dificuldades significativas para comer ou beber.
- Vierem acompanhadas de sintomas como febre, perda de peso ou mal-estar geral.
- Houver suspeita de associação com doenças sistêmicas ou uso de medicamentos.
O profissional poderá investigar causas subjacentes, solicitar exames e prescrever o tratamento adequado, incluindo medicamentos para dor, anti-inflamatórios ou suplementação nutricional, quando necessário.
Informação é aliada, mas não substitui o cuidado médico
O conteúdo aqui apresentado tem caráter informativo e não deve ser usado como substituto de orientação profissional. Qualquer dúvida, sintoma persistente ou preocupação relacionada à saúde bucal deve ser sempre discutida com um profissional de saúde.