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Catapora ou síndrome-mão-pé-boca? Entenda diferença, sintomas, causas e tratamento

Belo Horizonte apresentou um crescimento exponencial da doença entre 2022 e 2023

Além das manchas avermelhadas, a Síndrome Mão-Pé-Boca causa febre e prostação

Em 2023, Belo Horizonte registrou um aumento de 230% de casos da Síndrome Mão-Pé-Boca em comparação aos dados de todo o ano passado, com 33 casos até abril contra 10 casos entre janeiro e dezembro de 2022. Este crescimento exponencial, entretanto, pode ser justificado pela diminuição do uso de máscara e medidas de distanciamento, o que culmina na transmissão de vírus.

“Acredito que esse aumento no número de casos possa ter ocorrido porque, com uma diminuição do uso de barreiras de proteção que a gente fez com relação ao coronavírus, a gente acabou circulando outros vírus. Uma das formas de prevenção da Síndrome Mão-Pé-Boca é a higienização das mãos e o uso de máscara para reduzir a transmissão respiratória”, explica a médica pediátrica Samya Ladeira.

Quais os sintomas principais da Síndrome Mão-pé-boca?

Segundo a médica pediátrica, a doença costuma acometer crianças e tem sintomas como febre alta e lesões avermelhadas no corpo.

“Os principais sintomas do são febre alta, principalmente nos dias que antecedem as lesões, aparecimento de lesões na boca, principalmente na parte da faringe e na amígdala, e manchas vermelhas com vesículas nas mãos, plantas dos pés, nádegas e região genital. Além desses sintomas a gente pode ter vômito, diarreia, mal-estar e falta de apetite”.

Ainda de acordo com a pediatra, os maiores riscos da doença estão associados aos episódios de febre mais alta, que em crianças pequenas podem causar como crises convulsivas febris.

Como tratar a doença?

“A doença é causada pelo vírus Coxsackie. Por ser causada por um vírus a gente não tem nenhum tratamento específico. O tratamento que a gente vai fazer é com antitérmico, oferecimento de líquidos e alimentação adequada”, explica Samya Ladeira.

A síndrome mão-pé-boca tem alguma relação com o frio?

“Não existe uma sazonalidade dos casos no Brasil, porque temos temperaturas mais amenas. Por ser um vírus de transmissão, tanto por secreção respiratória, como por por fezes, essa transmissão pode ficar aumentada nos períodos de inverno porque a gente se encontra em locais menos arejados durante esse período. Nos países que têm o clima temperado, normalmente predomina no verão e no outono”.

Qual a diferença da síndrome mão-pé-boca para a catapora?

Por ser caracterizada por manchas e lesões avermelhadas pelo corpo, é comum confundir a Síndrome Mão-Pé-Boca com a Catapora. Por isso, a pediatra Samya Ladeira orienta procurar sempre um profissional da medicina para o diagnóstico.

“Tanto a catapora, como a Síndrome Mão-Pé-Boca são doenças que a gente vai apresentar sintomas inespecíficos. O ideal é que se procure um atendimento médico para que o profissional consiga fazer essa diferenciação. A diferença é no perfil da lesão, na forma como a lesão se dissemina no corpo e em algumas localidades. O mais importante é que, iniciando os sintomas, principalmente nas crianças, procuram um atendimento médico para que o médico consiga fazer essa diferenciação”.