Pesquisa revela o apagamento da história negra em Cabo Verde e pode virar história em quadrinhos. Um estudo do cientista social e historiador Luís Eduardo de Oliveira, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História Ibérica da UNIFAL-MG, revela o apagamento da presença negra na história do município de Cabo Verde. A pesquisa, realizada por meio de documentos, entrevistas com a população e registros históricos, busca evidenciar as contribuições da população negra para o desenvolvimento da cidade.
Esse apagamento foi descrito pelo pesquisador como um “memoricídio”, ou seja, a destruição institucionalizada de elementos que podem compor a memória de um povo. Entre as evidências reunidas, estão registros da antiga Capela de Nossa Senhora do Rosário e do Cemitério dos Homens Pretos, atualmente os terrenos abrigam estruturas públicas modernas, como um parque infantil e uma agência bancária.
Segundo o pesquisador, era incômodo perceber o apagamento sistemático da presença negra na formação da cidade. A partir de um livro de registros da Irmandade dos Homens Pretos de Cabo Verde, Luís Eduardo encontrou uma chave para reconstruir essa história.
O trabalho, realizado em colaboração com a professora Elaine Ribeiro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras, resultou no Objeto de Aprendizagem do mestrado: o documentário Nas Contas do Rosário, disponível no YouTube.
Além disso, a pesquisa também deu origem ao EMORA – Memória, Oralidade e Ancestralidade, criado em parceria com a antropóloga Lídia Torres. A iniciativa resultou no documentário Presença e (r)existência negra na cidade de Cabo Verde, Minas Gerais e no livro Ancestralidade e Memória: a construção de Cabo Verde nas dimensões nativas e quilombolas.
Agora, a pesquisa caminha para novos rumos: o conteúdo do livro pode ser adaptado para uma história em quadrinhos voltada ao ensino fundamental. Mais informações sobre o estudo podem ser conferidos