Após uma onda de pessoas que decidiram passar por diversos procedimentos estéticos, cresceu significativamente o número de
O fenômeno também é observado no exterior, por exemplo, no Reino Unido, a Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos Estéticos registrou uma queda de 27% na busca por preenchimentos faciais em 2023. Já nos Estados Unidos, dissoluções de preenchimentos aumentaram 57% entre 2020 e 2021, conforme a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética.
No Brasil, ainda não há números oficiais sobre esse tipo de reversão. No entanto, profissionais da área relatam uma alta na procura por desfazer intervenções mal sucedidas. Especialmente as harmonizações faciais.
“É comum que os pacientes procurem dissolver
Não é só Anitta: cinco famosas que mudaram o rosto e estão irreconhecíveis Gracyanne Barbosa e Scheila Carvalho: entenda como funciona a reversão de harmonização facial
De blogueiras a atrizes, as regiões mais afetadas costumam ser lábios, olheiras e mandíbula. Nesses casos, o tratamento mais utilizado é a aplicação da enzima hialuronidase, que dissolve o ácido hialurônico. No entanto, quando foram usados materiais permanentes — como o silicone ou o polimetilmetacrilato (PMMA) —, a reversão se torna muito mais complexa e, muitas vezes, impossível.
Famosas como Gracyanne Barbosa e Scheila Carvalho passaram, recentemente, por
No caso das próteses mamárias, os motivos para explantes incluem reações adversas como contratura capsular, ruptura do implante e a chamada síndrome autoimune induzida por adjuvantes (ASIA), também conhecida como “doença do silicone”. Entre os sintomas relatados estão dores musculares, fadiga crônica e inflamações sistêmicas.
Questão emocional e imagem distorcida
Especialistas também apontam fatores emocionais e psicológicos como gatilhos para o arrependimento. Em muitos casos, os pacientes deixam de se reconhecer após as mudanças estéticas. “Há uma desconexão entre a nova aparência e a autoimagem, o que gera desconforto emocional”, explica a psicóloga Rogéria Taragano, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.
Segundo ela, esse desconforto pode estar ligado ao Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), no qual a pessoa desenvolve uma percepção distorcida de sua própria imagem. Uma meta-análise publicada na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica indica que cerca de 12,5% dos pacientes que buscam procedimentos estéticos apresentam sinais de TDC.
As redes sociais também são apontadas como vilãs na formação de expectativas irreais. Filtros de aplicativos, edição de imagem e padrões inalcançáveis geram frustrações, especialmente entre os mais jovens. “A comparação com imagens artificiais leva a níveis elevados de insatisfação corporal e autoestima fragilizada”, alerta Taragano.