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Dieta sem carne tem ação protetora para o cérebro e beneficia microbiota intestinal, aponta estudo

Apesar dos benefícios, é necessário se atentar para compensar a falta das vitaminas presente nas carnes, como a vitamina B12 e o ômega-3

Salada caprese de melancia

Um novo estudo publicado no periódico científico “Nutrientes” demonstrou que uma dieta sem carne tem efeitos neuroprotetores. A pesquisa mostrou que comer somente verduras, legumes, frutas, grãos e sementes ajudam a combater inflamações capazes de desencadear danos em estruturas do cérebro.

Essa dieta também se destaca pela presença das fibras, celebradas por beneficiar a microbiota intestinal, com impactos positivos na produção de neurotransmissores - mensageiros químicos responsáveis pela comunicação entre as células do sistema nervoso. “O estudo aponta vantagens e desvantagens das dietas veganas e vegetarianas em relação à saúde neurológica e destaca a necessidade de um planejamento adequado, que pode incluir a suplementação, para evitar deficiências nutricionais”, comenta a nutricionista Serena del Favero, do Hospital Israelita Albert Einstein.

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Em relação à proteção do cérebro, vale mencionar a ação antioxidante dos compostos encontrados nas hortaliças e frutos. Há desde os carotenoides, da cenoura, abóbora e rúcula, até os polifenois de brócolis, uva, laranja, passando por vitaminas e sais minerais de feijões, castanhas e afins. Essas substâncias são capazes de neutralizar os radicais livres, moléculas que, em excesso, podem favorecer a neurodegeneração e aumentar o risco de males como Alzheimer.

O que comem os veganos e os vegetarianos?

Entre os veganos, há total exclusão de carnes, peixes, leite e derivados, ovos, mel, por exemplo. Já os vegetarianos não comem carne vermelha, porém alguns adeptos consomem ovos, lácteos e até pescados. Tem também os chamados flexitarianos, que optam por reduzir a ingestão de alimentos de origem animal, mas permitem que esse tipo de comida entre no prato eventualmente.

Para todos esses grupos, a atenção deve ser redobrada a fim de suprir as necessidades nutricionais. No estudo da Nutrients, que aborda a proteção neurológica, são mencionados a vitamina B12, o ômega-3 e outros nutrientes, que podem ser repostos com vitaminas. Outro nutriente que requer cuidado é o ferro. Se há carência, a anemia pode dar as caras, desencadeando indisposição, a carne bovina é uma das grandes fornecedoras. Feijões e as folhas verde-escuras também oferecem o mineral.

*Com informações de Agência Einstein

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.