A deficiência em ferro é uma carência nutricional comum em todo o mundo e pode levar à anemia, condição caracterizada pela redução de glóbulos vermelhos saudáveis ou de hemoglobina no sangue.
A demanda por ferro aumenta significativamente durante a gestação, para que todas as necessidades da mãe e do bebê sejam supridas, tornando gestantes um grupo particularmente vulnerável.
Uma alimentação equilibrada, incluindo alimentos ricos em ferro, é um dos importantes cuidados pré-natais para ajudar a prevenir a anemia em gestantes, que deve ser feito com acompanhamento médico.
O que são deficiência de ferro e anemia na gestação?
A deficiência de ferro ocorre quando as reservas do mineral no corpo estão baixas. O ferro é essencial para diversas funções do organismo, incluindo a produção de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos que é responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para o restante do corpo.
Quando a deficiência de ferro se agrava, ela pode evoluir para a anemia ferropriva, que é o tipo mais comum de anemia. Na gestação, as necessidades de ferro aumentam consideravelmente devido ao crescimento do feto e da placenta, além do aumento do volume sanguíneo materno.
Se a ingestão ou absorção de ferro não for suficiente para atender a essa demanda ampliada, pode ocorrer a anemia ferropriva, impactando a saúde da mãe e do bebê. O diagnóstico preciso da deficiência de ferro e da anemia é realizado por profissionais de saúde através de exames de sangue.
Causas e sintomas da anemia por deficiência de ferro em gestantes
A principal causa da anemia por deficiência de ferro durante a gravidez é o desequilíbrio entre a necessidade maior de ferro e a sua ingestão ou absorção insuficientes. Outros fatores que podem contribuir incluem:
- Dieta com baixo teor de ferro antes ou durante a gestação.
- Intervalos curtos entre gestações.
- Gestações múltiplas (gêmeos, trigêmeos).
- Perda de sangue significativa em gestações anteriores ou por outras condições.
- Condições que dificultam a absorção de ferro.
Os sintomas da anemia por deficiência de ferro podem ser sutis inicialmente e variar de pessoa para pessoa. Alguns sinais que podem estar associados incluem:
- Fadiga e fraqueza incomuns.
- Palidez da pele, lábios e unhas.
- Tontura ou sensação de desmaio.
- Falta de ar, especialmente durante o esforço.
- Dores de cabeça.
- Batimentos cardíacos acelerados (taquicardia).
- Unhas fracas e quebradiças.
- Desejo de ingerir substâncias não alimentares, como gelo, terra ou argila (pica).
É fundamental que qualquer sintoma seja relatado ao médico, pois apenas um profissional de saúde pode diagnosticar corretamente a anemia e sua causa.
Alimentos ricos em ferro: fontes e recomendações gerais para gestantes
Uma dieta equilibrada, que inclua alimentos ricos em ferro, é uma estratégia importante para gestantes. Existem dois tipos principais de ferro encontrados nos alimentos: o ferro heme, presente em alimentos de origem animal e mais facilmente absorvido pelo corpo, e o ferro não-heme, encontrado em alimentos de origem vegetal e em alimentos fortificados, cuja absorção pode ser influenciada por outros componentes da dieta.
Algumas fontes alimentares de ferro incluem:
Fontes de ferro heme:
- Carnes vermelhas magras (como patinho, coxão mole).
- Aves (frango, peru).
- Peixes (salmão, atum, sardinha).
- Miúdos, como fígado (deve ser consumido com moderação e orientação médica específica durante a gestação devido ao alto teor de vitamina A).
Fontes de ferro não-heme:
- Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha).
- Vegetais verde-escuros (espinafre, couve, brócolis, agrião).
- Grãos integrais e cereais matinais fortificados com ferro.
- Oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas – consumir com moderação devido ao valor calórico).
- Sementes (abóbora, gergelim).
- Tofu.
- Melado de cana.
Para otimizar a absorção do ferro não-heme, é recomendado consumir alimentos ricos em vitamina C na mesma refeição, como laranja, limão, acerola, goiaba, caju, morango, kiwi, tomate e pimentão. Por outro lado, substâncias como taninos (presentes no chá preto e café), fitatos (encontrados em grãos integrais e leguminosas não demolhadas) e o cálcio em excesso (presente em laticínios) podem reduzir a absorção do ferro não-heme quando consumidos na mesma refeição.
É importante destacar que, mesmo com uma dieta rica em ferro, algumas gestantes podem necessitar de suplementação de ferro, conforme avaliação e prescrição médica. Apenas um profissional de saúde pode determinar a necessidade e a dosagem adequada de suplementos.
A atenção à deficiência de ferro e à anemia é um aspecto crucial do cuidado pré-natal. A inclusão de alimentos ricos em ferro na dieta da gestante é uma medida preventiva e coadjuvante importante, mas deve ser sempre acompanhada por orientação médica e nutricional.
O monitoramento regular dos níveis de ferro e o seguimento das recomendações profissionais são essenciais para a saúde da mãe e do bebê. Este artigo tem caráter puramente informativo e não substitui, em nenhuma hipótese, a consulta e o acompanhamento de um profissional de saúde qualificado. Se você está gestante ou tem dúvidas sobre sua saúde, procure seu médico ou nutricionista.