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Creatina tem relação com câncer? Veja verdades e mitos sobre o suplemento

Estudo também aborda a alegação de que a creatina poderia estar ligada ao desenvolvimento de câncer.

Suplemento tem efeito comprovado na melhora do desempenho em atividades físicas

Um grupo de pesquisadores brasileiros, em colaboração com cientistas de todo o mundo, conduziu uma análise abrangente de estudos sobre a creatina para separar fatos de “fake news” em torno deste suplemento amplamente utilizado para melhorar o desempenho físico. A pesquisa, publicada no Journal of the International Society of Sports Nutrition, reuniu evidências científicas sobre os efeitos e a segurança da suplementação de creatina. As informações foram divulgadas pelo Jornal da USP.

Desmistificando Mitos

O estudo desmistificou diversas alegações falsas sobre a creatina. Os pesquisadores demonstraram que, em doses adequadas, a creatina não causa câncer, não compromete os rins, nem provoca câimbras, calvície ou hipertensão.

Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), ressalta que o artigo aborda desinformações que circulavam nas redes sociais, apresentando evidências científicas para refutá-las.

Benefícios Comprovados

A pesquisa confirmou que a suplementação de creatina melhora o desempenho físico, especialmente em atividades de alta intensidade, como futebol, basquete e vôlei. Além disso, o suplemento pode ser usado por idosos e adolescentes, sem riscos para essas populações.

Hamilton Roschel, professor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, explica que a creatina facilita a produção rápida de energia, aumentando a capacidade de se exercitar. Isso sugere um potencial terapêutico, além dos benefícios para o desempenho físico-esportivo.

Áreas que Demandam Mais Estudos

Apesar das evidências sobre a segurança da creatina, os pesquisadores apontam aspectos que precisam de mais estudos. Entre eles, destacam-se:

  • Efeitos terapêuticos da creatina: Há indícios de que a creatina pode ser útil na reabilitação de pessoas imobilizadas ou em recuperação pós-cirúrgica, mas são necessárias mais evidências clínicas.
  • Uso durante a gestação: Estudos em animais não mostraram impactos negativos, mas ainda não há evidências diretas de estudos clínicos bem controlados em humanos para investigar a segurança e os efeitos do suplemento em gestantes.
  • Efeitos em pacientes hipertensos: A literatura mostra que a creatina não afeta negativamente a pressão arterial em jovens saudáveis, mas não há estudos com pacientes hipertensos, o que limita a generalização dos resultados.

Creatina e Câncer

O estudo também aborda a alegação de que a creatina poderia estar ligada ao desenvolvimento de câncer. Os resultados desmistificam essa informação, apontando que não há evidências de que doses típicas de creatina aumentem o risco de câncer. Inclusive, há indícios de que a creatina pode auxiliar na proteção ou recuperação do comprometimento muscular induzido pelo câncer ou tratamento associado, embora ainda sejam necessárias mais evidências.

Segurança Renal e Pressão Arterial

Roschel também esclarece que a creatina não causa problemas renais ou aumenta a pressão arterial. Apesar de causar retenção de líquido intracelular, a literatura científica não demonstra efeitos negativos da suplementação sobre a pressão arterial, tanto em jovens saudáveis quanto em populações clínicas.

Em suma, a pesquisa reforça a segurança e os benefícios da creatina quando utilizada em doses adequadas, ao mesmo tempo em que destaca a necessidade de mais estudos em áreas específicas, como o uso terapêutico e durante a gestação.

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