Diagnosticado com
Atualmente, Evaristo tem como objetivo a remissão da doença. Para isso, ele vem recebendo tratamento especializado na Inglaterra, país onde mora atualmente. "É uma doença que é possível você colocá-la em remissão. Não recebi nenhum diagnóstico de uma doença terminal. Posso colocá-la em remissão e posso viver normalmente, mas ainda não aprendi a lidar com ela. Ainda não encontramos o remédio certo para estabilizá-la”, disse ele ao PodCringe.
Lincoln Antinossi Cordeiro da Mata, Gastroenterologista da Oncoclínicas, explica que a Doença de Crohn é uma “doença inflamatória intestinal de natureza autoimune”. Ou seja, quando “geramos anticorpos contra o nosso próprio corpo” acarretando a processos inflamatórios.
Por conta disso, ocorrem lesões, principalmente, no intestino. “A Doença de Crohn pode cometer desde a boca até o ânus. Mas tem uma região do intestino que a gente chama de íleo terminal onde é mais comumente acometida”, esclarece o médico.
Conforme ele, a doença também pode acometer outros órgãos, como o fígado, os olhos e a pele. Além disso, a região perianal também pode ser acometida, “podendo provocar fístula, dor grande para evacuar, perda de sangue e, às vezes, abscesso” no local. A sintomatologia da doença é “muito variada.”
Quais são os sintomas da Doença de Crohn?
O gastroenterologista explica que os sintomas são bem variados e podem incluir desde um simples emagrecimento e uma dor abdominal até quadros mais graves, como diarreia com perda de sangue. Os mais comuns são dor abdominal e diarreia.
O médico pontua que a doença pode se manifestar de outras formas e, pela dificuldade do diagnóstico, às vezes o paciente pode demorar de seis meses a um ano para saber que possui Crohn.
Para se chegar ao diagnóstico, são feitos vários exames, como de colonoscopia, tomografia, de sangue e um bom exame físico.
Doença de Crohn tem cura?
O médico destaca que a doença não tem cura, mas que o paciente consegue conviver com ela ao longo da vida, visto que o entendimento do Crohn hoje é muito maior do que há 20 anos.
“Houve uma revolução no tratamento, medicamentos, de certa forma, com preço alto, mas que têm um controle bem adequado. Esses são os medicamentos mais novos, mas existem tratamentos com medicamentos mais simples, como corticoides”, esclarece o médico.
A Doença de Crohn não é comum, mas sua incidência tem aumentado em regiões específicas do mundo. “Já foi uma doença de grande acometimento de pacientes dos países nórdicos. Norte da Europa, Norte dos Estados Unidos, países bem desenvolvidos, mas nos países ainda em desenvolvimento ao Sul do Equador a gente tá vendo um aumento grande de casos”, comenta.
O que pode levar a ter Doença de Crohn?
O gastroenterologista destaca que a doença não tem uma “causa específica”, mas o estilo de vida pode ter influência, assim como a genética.
De qualquer forma, o médico esclarece que se o pai ou a mãe possuem a doença, não significa necessariamente que o filho a terá. “Tem toda uma relação com o meio ambiente, com a dieta e com a parte emocional”, diz.
“Alguns fatores podem ser desencadeantes, como alguns medicamentos, principalmente, anti-inflamatórios, mas ela é multifatorial e não tem uma causa específica do que venha a ser um fator decisivo para se ter a doença”, encerra.
