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Cientistas descobrem novo grupo sanguíneo após 50 anos de mistério

Descoberta permite que grupo raro da população mundial possa fazer e receber transfusões de sangue com mais segurança

Uma equipe de pesquisadores do NHS Blood and Transplant, serviço de coleta de sangue e outros tecidos do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, anunciou nesta semana a descoberta de um novo grupo sanguíneo, denominado MAL (sigla em inglês para proteína de Mielina e Linfócitos). A descoberta encerra um mistério que perdura há cinco décadas sobre o antígeno AnWj, que NÃO é produzido por pessoas que não possuem o gene MAL, que até então não tinha sua origem genética identificada.

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“O histórico genético do AnWj é um mistério há mais de 50 anos, e eu, pessoalmente, venho tentando solucioná-lo há quase 20 anos de minha carreira”, afirmou a pesquisadora sênior do NHS Blood Transplant, Louise Tilley.

O estudo, que conta com a colaboração da Universidade de Bristol, facilitou a identificação e o tratamento de pacientes raros que não possuem o grupo sanguíneo AnWj. Algumas pessoas podem ser AnWj-negativas devido a doenças, mas uma forma hereditária desse fenótipo só foi identificada em um número restrito de indivíduos.

A pesquisa, publicada na revista Blood, destaca que a maioria da população é positiva para AnWj, enquanto apenas 0,1% é negativa. Segundo os estudos, o antígeno AnWJ é transportado pela proteína MAL - que é produzida pelo gene MAL, contudo existem alguns indivíduos que não manifestam esse gene, o que, possivelmente, os torna AnWj-negativos.

Por que essa descoberta é importante?

Receber sangue AnWj-positivo pode causar reações transfusionais em pessoas AnWj-negativas, tornando essencial a criação de novos testes para detectar esses casos raros. A pesquisa também revela que a AnWj-negatividade pode estar ligada a distúrbios hematológicos e alguns tipos de câncer.

Com essa descoberta, os cientistas esperam facilitar a identificação de outros indivíduos AnWj-negativos, oferecendo novas possibilidades de tratamento e segurança nas transfusões.

Para Tilley, a descoberta, além de ser uma grande conquista para ela e para a equipe, significa que, agora, será possível fornecer atendimentos melhores a pacientes raros, mas que “são muito importantes”.


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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento