Dor nas costas, torção do pé e pancadas... São várias as situações em que compressas de gelo ou de água quente podem ser grandes aliadas na hora de aliviar a dor, ou até ajudar na recuperação da lesão. Contudo, por mais que essas terapias pareçam inofensivas, quando mal aplicadas, podem agravar as lesões.
À Itatiaia, o ortopedista Guilherme Barbosa Moreira explica que as compressas de gelo e de água quente tem efeitos completamente diferentes no corpo e, por isso, é importante saber quando usar cada uma delas.
Propriedades da compressa de gelo
“O gelo tem a capacidade de realizar a “vasoconstrição” (redução momentânea do calibre dos microvasos sanguíneos do local onde é aplicado) e atuar interferindo na cascata dos processos que conduzem os fenômenos da inflamação e da dor reduzindo esses dois fenômenos”, explica Barbosa.
Quando é melhor usar compressa de gelo
O profissional indica o esfriamento em situações mais agudas que ocorreram recentemente, como:
- Traumas locais
- Contusões
- Entorses
- Fisgadas (estiramentos)
Propriedades da compressa de água quente
“Já o calor, ao contrário do gelo favorece a “vasodilatação” (aumento momentâneo do calibre dos microvasos sanguíneos da região onde é colocado) o que aumenta o fluxo sanguíneo local principalmente para os músculos da região, favorecendo o relaxamento dessas estruturas”, pontua o ortopedista. Além disso, ele esclarece que o calor tem capacidade de auxiliar no controle da dor.
Quando é melhor usar compressa quente?
Barbosa recomenda compressas de água quente ou aquecimento de regiões doloridas em desconfortos que já acometem a pessoa há mais tempo, como:
- Dores crônicas
- Tensões musculares
- Contraturas
- Sensação de rigidez das articulações
Aviso!
“Não se deve aplicar calor em regiões que possuem sinais de inflamação aguda como vermelhidão e calor principalmente, pois o calor nessas situações promoverá aumento desse processo inflamatório, o que pode piorar a situação”, alerta o profissional.
Quando é melhor alternar entre a compressa de gelo e água quente?
O tratamento com alternância entre as compressas frias e quentes, também chamado de terapia por contraste térmico, é utilizado com objetivos vasomotores. Ele provoca alterações circulatórias de acordo com a temperatura da compressa aplicada na região.
“Os vasos sanguíneos dilatam-se quando é aplicado calor e estreitam-se com a aplicação de frio. Esta mudança de calibre dos vasos sanguíneos trabalha como uma espécie de “bomba” que estimula a circulação reduzindo, por exemplo, os inchaços (edemas) persistentes”, explica.
Recomendações
Além das dicas, Barbosa listou uma série de recomendações que devem ser consideradas na hora de fazer compressas. Confira abaixo:
- Se for usar bolsa térmica para aplicação do gelo ou calor, recomenda-se envolver a bolsa com um pano molhado/umedecido com água para proteger a pele.
- Certifique-se que as bolsas estejam fechadas e sem vazamentos. O gelo ou calor (temperatura agradável, morna) podem ser aplicados por até 20 minutos contínuos, sobre a região em tratamento com intervalo de no mínimo 4 horas.
- Nas extremidades do corpo, como mãos e pés, devido à presença de pouca massa muscular e pouco tecido adiposo, 10 minutos é o recomendado.
- Se houver sensação de desconforto deve-se interromper a aplicação imediatamente. É comum os primeiros minutos da aplicação do gelo ser desconfortável e aos poucos as terminações nervosas da pele vão se acostumando, porém, cuidado extremo e vigilância do local aplicado se faz importante para não ocorrerem queimaduras, tanto pelo frio quanto pelo calor.
