Com o
Em 2021, a Organização Mundial de Saúde
Mesmo que os dados possam gerar preocupação, a
“Gera uma preocupação porque a gente já estava há um tempo sem ter casos de cólera confirmados. Com esse primeiro caso, realmente acende o alerta para focarmos na questão do saneamento básico. Mas é muito precoce falar em risco de surto. Isso serve para a gente ficar atento e tentar identificar como aconteceu a contaminação para impedir que a doença se alastre”, pontua.
Transmissão
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da cólera acontece
Confira condições que facilitam a infecção:
- Condições precárias de saneamento básico;
- Consumo de água sem tratamento adequado;
- Condições precárias de higiene pessoal;
- Consumo de alimentos sem higienização ou manipulação adequadas;
- Consumo de peixes e mariscos crus ou mal cozidos.
Principais sintomas
Segundo Galvão, os principais sintomas da cólera são:
- Diarreia (que pode ser leve ou grave, com perda importante de água);
- Náuseas e vômitos;
- Febre baixa;
- Cólicas abdominais;
- Desidratação;
- Queda de pressão arterial;
- Pele seca
O Ministério da Saúde afirma que, nos casos graves, mais típicos, o início é súbito. O paciente apresenta diarreia aquosa, abundante, de difícil controle e com inúmeros episódios diários. Nessa situação, o infectado chega a perder de 1 a 2 litros de água por hora, o que leva a pessoa a um quadro de desidratação intensa rapidamente.
Possíveis complicações
A pasta ainda alerta para a possibilidade de possíveis complicações da cólera, causadas pelo esgotamento físico do corpo, após um grande volume de diarreia e vômitos. As complicações são mais comuns em pessoas mais vulneráveis, como idosos, diabéticos, desnutridos, portadores do vírus HIV e cardiopatas.
Se não tratada adequadamente, a desidratação pode levar o paciente à deterioração progressiva da circulação, da função renal e do equilíbrio de água e minerais no corpo, causando dano a todos os sistemas do organismo e levando a morte.
As complicações mais comuns são:
- choque hipovolêmico (diminuição da quantidade de sangue circulante no corpo);
- necrose renal;
- fraqueza intestinal;
- queda de potássio no sangue, levando a arritmias cardíacas;
- hipoglicemia, com convulsões e coma em crianças;
- Em gestantes, o choque hipovolêmico pode induzir a ocorrência de aborto e parto prematuro.
Prevenção
O infectologista Cristiano Galvão explica que a prevenção é relacionada ao saneamento básico. “A higienização adequada dos alimentos, o consumo de água tratada, a higienização das mãos e o preparo correto dos alimentos são medidas mais indicadas para a prevenção”, afirma
Tratamento
O tratamento da cólera é fundamentalmente feito com a reposição de água e sais minerais. Nos casos mais graves, o médico afirma que o paciente deve receber a hidratação por via endovenosa e é indicado o uso de antibióticos.
“A gente tem antibióticos disponíveis para combater a bactéria que vão reduzir o tempo da infecção. Então, esse tratamento é feito geralmente em regime hospitalar através do uso de antibióticos e de hidratação endovenosa”, esclarece Galvão.
Cólera tem vacina
Além de higienizar corretamente os alimentos e beber água tratada, uma outra forma de prevenir a doença é pela vacinação. Porém, os imunizantes só são aplicados em áreas endêmicas, onde existe um número considerável de infecções.
“A vacina é muito eficaz. Ela tem uma ação em torno de 80% a 85% de proteção. Só que é uma vacina em que o efeito diminui muito ao longo do tempo. Então, ela requer uma vacinação frequente, até com períodos mais curtos. Por isso, atualmente é uma vacina indicada para populações onde há um surto de cólera, ou regiões com casos endêmicos e frequentes. Ela não é uma vacina aplicada de rotina em locais onde não tem casos significativos aí da doença”, explica o infectologista.