Os gêmeos siameses, também chamados de xifópagos, são fruto de um tipo raro de gestação gemelar, quando os fetos estão ligados por alguma ou mais partes do corpo. Além da gravidez de alto risco, a vida dos irmãos pode ser curta e com várias complicações.
Mas é claro que existem exemplos de gêmeos que desafiaram previsões médicas, como o caso dos irmãos Lori e George Schappell. Os
O médico especialista em Medicina e Cirurgia Fetal da Oncoclínicas, Fábio Batistuta, explica que a gestação de gêmeos siameses ou xifópagos é originada de um único óvulo fecundado por um espermatozoide. ‘Durante o processo de divisão em dois embriões, essa divisão acontece de maneira incompleta. Por isso a gemelaridade siamesa, ou de xifópagos, também é conhecido como imperfeita’, explica.
‘A divisão dos embriões acontece depois do 12° dia de fecundação e, em função dessa divisão tardia, os bebês se desenvolvem colados um ao outro por qualquer parte do corpo, como cabeça, região do tórax, abdômen, quadril e às vezes eles podem estar ligados por uma extensão maior do corpo’, explica o médico do Hospital Vila da Serra.
A gestação de gêmeos siameses ou xifópagos é identificada através do exame de ultrassonografia. E pode ser identificado em fases precoces da gravidez, geralmente nos primeiros três meses.
‘A partir da identificação o médico toma consciência desse fato e os pais são orientados a respeito. O andamento da gestação vai depender de qual parte estão ligados e de quais órgãos do bebê estão conectados a um ao outro’, afirma.
Riscos
Por ser uma gestação rara, a grande maioria termina com o óbito dos fetos. ‘Junto com o fato de estarem conectados um ao outro, essas crianças são portadoras de má formações graves, com risco de outras alterações estruturais no organismo’.
Além disso, pode trazer um risco para a mãe. ‘Dependendo da maneira como eles estão conectados, um parto natural não seria possível. Então requer que seja feita uma cesariana para o nascimento das crianças’, explica Batistuta
Cirurgia de separação
O especialista explica que, quando os bebês compartilham órgãos ‘nobres’, como o coração e áreas do cérebro, não há como fazer a separação desse gêmeos. Mas quando eles estão conectados por uma área menos nobre, como regiões do quadril e abdômen, é
*Sob supervisão de Marina Borges