Nesta semana é lembrado o Dia Mundial da Obesidade. Segundo estudo feito em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada oito pessoas, mais de um bilhão, vivem com obesidade, no mundo. No Brasil, dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023, feita pelo Ministério da Saúde, mostram que uma a quatro pessoas no Brasil, sofrem com obesidade. O levantamento ainda aponta que 24,3% dos adultos brasileiros são obesos.
De acordo com a OMS, a obesidade é o acúmulo excessivo ou anormal de gordura corporal. Segundo o médico nutrólogo Juan Bernard, muitas vezes o paciente tem um peso que é considerado adequado ou pelo menos próximo do adequado para a altura, mas grande parte desse peso é gordura. Então, o problema maior associado a obesidade não é só o peso, mas a quantidade de gordura aumentada que vai causar quadro inflamatório aumentando as chances de desenvolvimento de várias doenças.
A classificação da obesidade como doença ocorre desde 2013. “A Associação Médica Americana, lá em 2013, falou que a obesidade não é preguiça, obesidade não é falta de vergonha na cara, obesidade é doença e, como doença, tem causas que requerem tratamento e, na obesidade em especial, essas causas são múltiplas, o que faz com que esse tratamento e o controle da doença seja cada vez mais complicado. Temos uma série de fatores que vão interferir, que vão alterar o comportamento alimentar, que vão alterar o gasto energético do paciente fazendo com que ele desenvolva a obesidade”, detalha.
De acordo com o especialista, na grande maioria das vezes, a causa da obesidade é o desbalanço entre o consumo alimentar e o gasto calórico, ou seja, a pessoa ingere mais energia do que ela gasta e, como consequência, essa energia se acumula em nosso corpo. O tecido de gordura é o principal reservatório energético do organismo, a grande questão é que o tecido de gordura não tem limite.
Um alerta importante é que a obesidade aumenta a chance de ocorrência de outras doenças como hipertensão, diabetes, doenças articulares, por exemplo. Então a dor no joelho, a dor nas costas, também pode ter como causa o excesso de peso.
Tratamento
O nutrólogo Juan Bernard destaca que a obesidade é considerada uma doença multifatorial. Existe uma série de fatores que contribuem para o início da doença, mas que também auxiliam a patologia a permanecer ativa e, que mantém o paciente naquele quadro de obesidade. A grande dificuldade é encontrar estratégias com o objetivo de controlar a obesidade. Uma das principais é a abordagem dietética, incluindo dieta, cardápio bem controlado, orientações alimentares, reeducação alimentar e exercício físico.
“Atualmente existem medicamentos que atuam com segurança e com eficácia contra a obesidade e, que auxiliam no processo de perdas de peso. Os remédios podem ser utilizados isoladamente ou de forma combinada. Em quadros de obesidade mais difícil de controlar, pode-se usar uma série de medicamentos associados sempre a exercícios, dieta e redução de estresse”, explica.
Afinal, existe cura para a obesidade? O médico destaca que, a obesidade é considerada uma doença crônica, doença que se arrasta ao longo do tempo e que tem controle. “Falar de cura é algo extremamente complicado. Então a gente entende que o paciente que tem obesidade, ele tem risco, ele tem que ficar sob monitoramento o resto da vida, porque ele tem chance de que, por mais que ele atinja um peso bom, um peso adequado, que aquela doença volte a acometer aquele paciente. Então, a gente fala em controle da obesidade e não sobre cura da obesidade”, conclui Juan Bernard, médico nutrólogo.
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