O Brasil tem quase 700 mil casos prováveis de
Um dos sintomas mais conhecidos do quadro grave da dengue é a hemorragia, mas muitas pessoas notaram que o termo ‘dengue hemorrágica’ está sendo raramente citado por especialistas e pela imprensa. Afinal, por que não o conceito de ‘dengue hemorrágica’ não é mais usado? A explicação envolve os sintomas da doença grave e uma determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por que não se fala mais dengue hemorrágica?
O médico infectologista Adelino Melo explica que a mudança de nomenclatura foi proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009 e adotada pelo Ministério da Saúde em 2014. O motivo apresentado foi a confusão causada pelo termo, que inclusive atrapalhava algumas pessoas de entenderem que estavam com um quadro grave da doença.
‘O nome dengue hemorrágica é muito conhecido, mas nem todos casos graves da doença tem hemorragia e nem todos os casos com hemorragia são de extrema gravidade. Com isso, passou a ser dengue grave ou síndrome de choque do dengue’.
Leandro Curi, que também é médico infectologista, explica que a hemorragia é só um dos possíveis sintomas da dengue e afirma que a mudança e reclassificação de termos na Medicina é algo natural. Ele explica que é possível haver casos de pacientes com dengue que apresentam febre, mal-estar, ficam internados e morrem sem apresentar hemorragia. Leandro também fala sobre outros sintomas da doença.
‘Dor abdominal, queda abrupta de pressão e outros problemas mais sérios no organismo, incluindo cerebrais. Então a gente está falando de uma série de sinais e sintomas, entre eles a hemorragia. O certo é dengue grave, pois é uma classificação mais ampla e muito mais correta’.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que passou a utilizar os termos ‘dengue com sinais de alarme’ ou ‘dengue grave’, dependendo dos sinais e sintomas apresentados no curso da doença.
Fique em alerta para os sintomas de dengue grave
Além da hemorragia, Leandro Curi destaca alguns sintomas da doença que devem deixar o paciente em alerta. O choque distributivo, que é a distribuição ruim de sangue por baixa pressão, é um dos sinais mais graves da dengue tipo D. Febre, complicação abdominal, letargia e alterações no fígado
Quando procurar atendimento?
O especialista alerta que, caso o repouso e a hidratação não sejam suficientes para a melhora e o paciente esteja piorando, é melhor procurar o atendimento médico. Curi relembra dos riscos da automedicação: ‘utilizar medicamentos como anti-inflamatórios ou até o paracetamol pode causar a piora do paciente. No caso de uma dengue hemorrágica, o anti-inflamatório pode complicar muito a situação desse organismo’.
Quais são os sintomas da dengue?
O quadro sintomático da dengue inclui, segundo o Ministério da Saúde:
- Febre alta (maior que 38ºC);
- Dor no corpo e nas articulações;
- Dor atrás dos olhos;
- Mal-estar;
- Falta de apetite;
- Dor de cabeça;
- Manchas vermelhas no corpo;
Além desses sintomas, o Ministério de Saúde recomenda que as pessoas estejam atentas aos sinais de alerta e de agravamento do quadro, que podem levar a choque grave e até morte. Os sinais de alarma são os seguintes:
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Acúmulo de líquidos;
- Letargia ou irritabilidade;
- Aumento progressivo do hematócrito;
- Sangramento de mucosa.
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