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Séries brasileiras que venceram o algoritmo e se tornaram fenômenos orgânicos

Elas não chegaram com hype, nem com campanhas milionárias mas conquistaram o público na base do boca a boca, das redes e da qualidade crua.

Séries brasileiras que venceram o algoritmo e se tornaram fenômenos orgânicos

Irmandade (Netflix)

Com Seu Jorge e Naruna Costa no elenco, a série estreou sem alarde, mas viralizou por mostrar o sistema penitenciário brasileiro com crueza e emoção. A relação entre irmãos em lados opostos da lei, a tensão das ruas e a crítica social fizeram da produção um sucesso entre os que buscavam mais que entretenimento: buscavam realidade.

Bom Dia, Verônica (Netflix)

Baseada em livro nacional, a série foi subestimada no lançamento, mas explodiu quando o público percebeu a potência do enredo. Violência doméstica, investigação e trauma psicológico são tratados com intensidade e ritmo. Tati Machado e Edu Moscovis entregam atuações que incomodam — no bom sentido.

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Sob Pressão (Globoplay)

Começou na TV aberta como minissérie, ganhou o streaming e se firmou como um dos maiores dramas médicos já feitos no Brasil. A urgência dos hospitais públicos, os dilemas éticos dos médicos e a humanidade das histórias conquistaram até quem não gostava de séries nacionais. Viralizou por ser honesta.

3% (Netflix)

A primeira série brasileira original da Netflix dividiu opiniões no início, mas cresceu por mérito próprio. O universo distópico, os testes de mérito e a crítica social conquistaram o público jovem e criaram uma base fiel de fãs. Foi a porta de entrada para muitos brasileiros no sci-fi nacional.

Coisa Mais Linda (Netflix)

Séries brasileiras que venceram o algoritmo e se tornaram fenômenos orgânicos

Pouco falada antes da estreia, a série ambientada na Bossa Nova dos anos 60 surpreendeu pela fotografia, figurino e protagonismo feminino. Mulheres fortes, independentes e em conflito com um mundo machista foram o ponto alto. Esteticamente impecável, a série viralizou em nichos de moda, música e feminismo.

Pico da Neblina (HBO Max)

Com estética cinematográfica e narrativa ousada, a série imaginou um Brasil onde a maconha foi legalizada. A partir disso, discutiu política, racismo, mercado e identidade. Cresceu devagar, mas ganhou status cult com o tempo. Hoje, é lembrada como uma das produções mais inteligentes do audiovisual nacional.

Cidade Invisível (Netflix)

A união de folclore brasileiro com suspense urbano parecia arriscada, mas deu certo. Com Marco Pigossi e Alessandra Negrini, a série trouxe personagens como Curupira e Cuca em um thriller que respeitou as lendas e ao mesmo tempo criou uma narrativa contemporânea. Viralizou após memes e teorias nas redes.

Por que essas séries viralizam sem prometer?

Porque são reais. Porque falam com quem assiste. Porque não subestimam o público. Essas séries não foram empurradas por banners ou influenciadores pagos foram recomendadas entre amigos, comentadas em grupos, descobertas organicamente. E isso diz muito sobre o que o brasileiro realmente quer ver.

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Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Editor do Jornal Lagoa News. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia.