Uma cena rica e diversificada
Em 2025, o rock feminino brasileiro ressurge com força total, incorporando bandas e artistas solo que carregam sonoridades inovadoras e letras engajadas. Dessa forma, o cenário se tornou plural, pois reúne desde o punk e crossover ao shoegaze e indie rock. A atuação de grupos como Malvada, Eskröta e Punho de Mahin vem renovando o gênero. Ao mesmo tempo, solistas como Aléxia surgem com composições autorais intensas. Assim a cena ganha corpo e visibilidade sobretudo dentro da cultura independente.
Bandeiras femininas do underground
A banda Malvada, formada por Indira Castilho, Bruna Tsuruda, Rafaela Reoli e Juliana Salgado, representa um dos principais expoentes do rock feminino brasileiro. Elas foram indicadas pelo programa Future of Music da Rolling Stone Brasil e já se apresentaram em grandes palcos como Rock in Rio e Best Of Blues and Rock. Ao investir em repertório autoral e presença de palco potente, valorizam um discurso político e artístico único. Já Eskröta, banda de thrash metal liderada por Yasmin Amaral (“Ya Exodus”) e Tamyris Leopoldo, aborda feminismo, antifascismo e resistência. Elas fizeram shows no Rock in Rio e em festivais internacionais, conduzindo um discurso rebelde e consciente.
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Solistas que brilham no rock nacional
Entre as vozes solo o destaque vai para Aléxia, que participou do Porão do Rock 2025, com uma música intensa chamada “Monstro”. Ela equilibra doçura vocal e peso na composição, surpreendendo o público. Além disso, contribui para expandir o significado do rock feminino brasileiro, pois mostra que é possível unir expressividade e sensibilidade sem deixar de ser potente. Sua performance recente já atraiu elogios da crítica underground e fãs novos em várias cidades.
Prêmios que validam qualidade e empenho
A repercussão das bandas femininas também se reflete em premiações. Por exemplo, o grupo Black Pantera, que mistura thrash em sua formação integrada por Chaene da Gama no baixo, foi eleito Artista de Rock no Prêmio da Música Brasileira 2025. Embora não liderada por uma mulher, seu protagonismo feminino reafirma a força das vozes mulheres na cena. Do outro lado, Eskröta foi convidada para festivais como o Rock in Rio e Knotfest, ampliando sua visibilidade. Assim, quem estiver acompanhando o rock feminino brasileiro hoje deve anotar esses nomes.
Festivais que impulsionam a cena feminina
Em 2025, eventos como João Rock reservaram o Palco Aquarela exclusivamente para mulheres, com 12 cantoras e bandas femininas no line‑up, fortalecendo assim a presença feminina. Além disso, o festival Rock Feminino percorre cidades como Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, conectando artistas como Mallu Magalhães, Girlschools e Shadowside às novas gerações. Dessa forma, esses palcos se tornaram fundamentais para revelar e mostrar ao vivo as novas líderes do rock nacional.
Colaborações e redes de apoio
A cena do rock feminino brasileiro vem se estruturando por meio de coletivos e colaborações entre artistas mulheres. Produções, turnês e eventos vêm sendo organizados de forma coletiva. A Allen Key, por exemplo, encara turnês ao lado de outras bandas com mulheres nos vocais como Crypta e Paradise in Flames. Além disso, elas lançaram o single “Get in Line” e embarcaram na turnê nacional em julho de 2025, enlazando presença feminina e técnica instrumental de ponta.
Letras que refletem protesto e identidade
As composições das bandas citadas tratam de temas como empoderamento, ancestralidade, desigualdade e saúde mental. Eskröta aborda injustiças sociais com linguagem direta. Malvada fala sobre renúncia e escolha em suas músicas. Já Punho de Mahin, formada por Natalia Matos, Camila Araújo e demais membros periféricos, resgata figuras históricas como Luísa Mahin e Dandara, colocando o rock como ferramenta de memória e ativismo. Assim, cada verso reforça discurso e identidade cultural do gênero.
Produção independente como trunfo criativo
A maioria dessas artistas vem da cena autônoma. Elas lançam EPs, singles e videoclipes por meio de selos independentes ou autoproducao. Malvada assinou com a europeia Frontiers Records em 2023, enquanto Eskröta lançou oficialmente o álbum “Atenciosamente, Eskröta”. A Allen Key lançou sua nova música praticamente sozinha e iniciou turnê nacional. Dessa forma, as artistas mantêm autonomia, controle criativo e têm conquistado projeção nacional e internacional.
Desafios e perspectivas futuras
Embora o cenário esteja crescendo, o rock feminino brasileiro ainda enfrenta obstáculos como menor visibilidade na mídia tradicional e dificuldade de financiamento. No entanto, a solidariedade entre as artistas e o apoio de festivais independentes criam oportunidades reais. Ao mesmo tempo, o público fiel se empenha em seguir as bandas, participar de shows e incentivar produções. Assim, as vozes femininas seguem firmes para consolidar suas carreiras e influenciar o futuro da música brasileira.
Uma cena que inspira confiança
Em 2025, o rock feminino brasileiro vive um período de afirmação sólida. Com nomes como Malvada, Eskröta, Punho de Mahin e Aléxia conquistando espaços e influência, o gênero reafirma sua relevância e potencial. Além disso, os festivais que priorizam o protagonismo feminino e as redes de apoio mútuo criam um ecossistema promissor. Dessa forma, vale acompanhar essa cena, pois ela inspira e transforma com som, letra e presença.