Um bate-boca acalorado marcou a sessão desta quarta-feira (20) na Câmara Municipal de São Paulo, quando as vereadoras Janaína Paschoal (PP) e Zoe Martinez (PL) se envolveram em discussão durante a análise de um pedido de licença de nove dias feito por quatro vereadores para viajar a Nova York, nos Estados Unidos, com despesas custeadas pela Câmara Municipal.
A viagem, marcada para começar em 16 de setembro, contará com a participação de Rubinho Nunes (União Brasil), Gabriel Abreu (Podemos), Silvia da Bancada Feminista (PSOL) e Zoe Martinez (PL).
Segundo os parlamentares, o objetivo da viagem é “discutir e aprofundar o conhecimento sobre políticas públicas da cidade [de Nova York] relacionadas a projeto de lei em tramitação na Câmara que propõe um modelo inspirado na Times Square, segurança pública e gestão urbana para São Paulo”.
Bate-boca entre as vereadoras
A vereadora Janaína Paschoal, contrária à viagem, pediu votação nominal e classificou a proposta como “absurda”, uma vez que o projeto de lei que motivou o requerimento foi apresentado por Rubinho Nunes e visa flexibilizar a Lei Cidade Limpa, medida à qual Paschoal também se opõe.
Durante a sessão, Janaína afirmou que Zoe Martinez teria dito fora dos microfones que ela era “chata” e fez gestos demonstrando irritação. “A vereadora Zoe tem me perseguido nesta Casa e agora foi ali falar que eu sou chata. Eu não faço teatro nas redes, amiguinha. Eu trabalho. Venha aqui para o público que você quer passear em Nova Iorque com o dinheiro do povo, mulher! Toma vergonha na sua cara”, disse Janaína.
Zoe rebateu: “É você que me persegue aqui. Quer pegar as relatórias. Você acha que isso aqui é uma universidade de Direito”. Janaína respondeu: “Não vai passear! Pega o seu salário e compra a passagem”.
A discussão continuou com Zoe afirmando: “Você tem que aprender a fazer política. Você trata a gente como um monte de burros. Acha que a única jurista aqui é você”. Ela ainda completou: “Sou presidente da Comissão de Relações Internacionais e tenho direito de fazer esta Casa se tornar internacional e me reunir com dirigentes internacionais”.
O bate-boca foi interrompido pelo vereador João Jorge (MDB), que presidia a sessão, e cortou o microfone das duas parlamentares. Outros vereadores também solicitaram votação nominal, mas, como não havia quórum suficiente, o requerimento acabou sendo retirado de pauta.