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Trama golpista: STF ouve militares e agente da PF acusados de planejar assassinato de Lula

Depoimentos marcam nova fase do julgamento; grupo é acusado de integrar núcleo militar que arquitetou atentado contra Lula e Alckmin antes da posse presidencial

Relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, acompanha todas as etapas do processo na Primeira Turma

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (28) a etapa de interrogatórios de dez réus acusados de integrar o núcleo militar da tentativa de golpe de Estado para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanecesse no poder, mesmo com a derrota eleitoral em 2022.

A ação marca o avanço da fase de instrução processual, após a coleta de depoimentos de testemunhas na semana passada. A expectativa é de que a etapa final do julgamento - com as alegações finais da acusação e da defesa - ocorra nos próximos meses.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os acusados atuaram de forma coordenada para desestabilizar o governo democraticamente eleito, por meio de ameaças, monitoramento de autoridades e planejamento de ações violentas.

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A investigação aponta que o grupo elaborou um plano chamado Punhal Verde e Amarelo, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, antes da posse, marcada para 1º de janeiro de 2023.

Quem são os réus ouvidos pelo STF nesta fase:

  • General Estevam Gaspar de Oliveira
  • Coronel Bernardo Romão Corrêa Netto
  • Coronel Fabrício Moreira de Bastos
  • Coronel Marcio Nunes de Resende Júnior
  • Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima
  • Tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira
  • Tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo
  • Tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros
  • Tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior
  • Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal)

Quais crimes são atribuídos ao grupo:

De acordo com a PGR, os réus respondem pelos seguintes crimes:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – pena de 4 a 8 anos
  • Golpe de Estado – pena de 4 a 12 anos
  • Organização criminosa – pena de 3 a 8 anos
  • Dano qualificado – pena de 6 meses a 3 anos
  • Deterioração de patrimônio tombado – pena de 1 a 3 anos

Próximos passos no processo

Após os interrogatórios, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, deve abrir prazo de cinco dias para que defesa e acusação solicitem diligências complementares.

Na sequência, o processo entra na fase de alegações finais, etapa em que o Ministério Público e os advogados apresentam um resumo da investigação e os argumentos pela condenação ou absolvição.

A decisão final caberá à Primeira Turma do STF, que vai definir se os réus devem ser condenados - e, em caso positivo, qual será a pena aplicada. As decisões ainda poderão ser alvo de recurso dentro do próprio Supremo.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio