Durante a manifestação pró-Bolsonaro realizada neste domingo (3) em Brasília, apoiadores do ex-presidente voltaram suas atenções não apenas as críticas ao Supremo tribunal Federal (STF), mas também ao cenário internacional. Com bandeiras dos Estados Unidos e cartazes de apoio a Donald Trump, manifestantes celebraram o republicano e responsabilizaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo aumento de tarifas sobre produtos brasileiros anunciado recentemente pelo norte-americano.
O tema ganhou destaque nos discursos feitos sobre o trio elétrico montado na Asa Sul, em frente ao edifício do Banco Central. Em entrevista à Itatiaia o senador Izalci Lucas (PL-DF), que assume nesta segunda-feira (4) a liderança da oposição no Senado, afirmou que Lula é o culpado direto pela crise diplomática e comercial com os Estados Unidos e admitiu que sanção é política.
“A tarifa foi aplicada ao mundo todo, mas no caso do Brasil há uma motivação clara. Lula vem provocando o Trump desde 2023. Na véspera da eleição americana, chamou ele de nazista, de fascista. E continuou provocando. Isso tem consequência”, afirmou Izalci.
Para o senador, a retaliação do presidente norte-americano vai além da relação pessoal entre os dois líderes. Segundo ele, as ações recentes de Lula nos BRICS, como a tentativa de reduzir a dependência do dólar como moeda de referência global, também contribuíram para o tensionamento com Washington. Izalci também mencionou que a medida de Trump seria uma forma de “recado da justiça americana”, segundo ele, preocupada com retrocessos na liberdade de expressão no Brasil. A crítica foi associada ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, alvo de diversas falas durante o ato.
Além do tom crítico ao governo Lula e ao STF, o evento foi marcado por pelo apoio a Trump. Muitos manifestantes usavam camisetas com o rosto de Trump e palavras de ordem em inglês, como “Make Brazil Great Again” - uma adaptação do slogan utilizado pelo republicano.
Movimentação pró-anistia
A manifestação ocorre em meio ao retorno dos trabalhos no Congresso Nacional. Izalci prometeu intensificar as ações da oposição no Senado, com foco em pautar a anistia a punidos pelos atos de 8 de janeiro e em abrir caminho para o impeachment de Moraes.
“Já temos 34 assinaturas. Vamos rodar o Brasil para pressionar os senadores que ainda não assinaram. O povo está perdendo o medo, e isso é essencial”, concluiu.