A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) afirmou que o ex-deputado federal Charlles Evangelista, atual assessor institucional da empresa, estava em Brasília para “agendas de trabalho inerentes ao cargo”. Ele foi fotografado ao lado de parlamentares de oposição que ocupavam o Plenário do Congresso nessa quarta-feira (6). Em nota enviada à Itatiaia, a Companhia afirmou, no entanto, que adotará medidas administrativas cabíveis sobre a imagem.
Parlamentares bolsonaristas ocuparam a Casa como forma de pressionar o presidente Hugo Motta (Republicanos) a pautar o projeto de anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Confira a nota da Copasa:
“A Copasa informa que o assessor Charles Evangelista cumpria agendas de trabalho inerentes ao cargo de relacionamento institucional da Companhia com parlamentares, em Brasília. Quanto aos fatos relatados, que não dizem respeito às suas atribuições, a Companhia já está averiguando e adotará as medidas administrativas cabíveis”.
Charlles Evangelista nega que foto tenha sido da obstrução
O ex-deputado afirmou, em nota à Itatiaia, que não houve uma “foto oficial da obstrução”. “Foi uma foto de deputados de direita que estavam por ali no momento”, declarou.
“Por coincidência estava passando por ali e me pediram para eu bater a foto dos deputados. No momento que eu peguei o celular para bater a foto deles, Nikolas disse, ‘Charlles foi deputado e é suplente, sai aqui com a gente’. Estava atendendo deputados no cafezinho da câmara, tenho acesso livre por conta de ter sido deputado no mandato passado”, diz.
A confusão
A tentativa de retomada dos trabalhos na Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira (6) foi marcada por tensão e protestos de parlamentares bolsonaristas, que atrasaram a sessão convocada pelo presidente da Casa, Hugo Motta.
A deputada Julia Zanatta (PL-SC) levou sua filha de quatro meses ao plenário ocupado, gerando críticas de governistas e possível ação do Conselho Tutelar.
Além disso, deputados como Lindbergh Farias (PT) e Rogério Correia (PT) acusaram os manifestantes de tentar promover um “golpe permanente” e anunciaram medidas no Conselho de Ética.
A Polícia Legislativa chegou a ser acionada e o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e líderes do Centrão precisaram negociar uma saída para assegurar que Motta retomasse o controle do plenário e conseguisse pelo menos sentar na cadeira da presidência.