Ouvindo...

Contrário à anistia e ao impeachment de Moraes, Eduardo Leite diz que STF também comete ‘erros’

O governador do RS deu entrevista exclusiva à Itatiaia nesta quarta-feira (6)

Governador do RS, Eduardo Leite, no estúdio da Itatiaia em Brasília

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), criticou a aplicação da Lei Magnitsky pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Leite classificou a medida como uma “violação à soberania brasileira”. No entanto, disse que a Corte brasileira também pode cometer “erros”.

“Onde há ser humano, há erros e acertos – isso vale para o Judiciário, para o Executivo, para a imprensa. Por isso, o STF é um colegiado. A decisão colegiada reduz a chance de erro. Mas ainda assim, erros podem ocorrer. E, se houver problemas no Judiciário, é papel nosso, dos brasileiros, resolver. Não podemos admitir intervenção de outro país”, falou Leite.

"(A Lei Magnitsky contra Moraes) deve ser repudiada. É uma tentativa de interferência externa nas instituições brasileiras. Criticar Moraes é uma coisa; permitir interferência estrangeira, outra”, afirmou.

Leia também

Leite também se posicionou contra o movimento da oposição que pede o impeachment de Moraes e a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.

“Sou contra o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Devemos discutir mecanismos para melhorar o Judiciário, como o fim das decisões monocráticas e a criação de mandatos para ministros do STF. Mas não é o caso de impeachment”, afirmou. “Também sou contra a anistia. Pode-se discutir dosimetria das penas, mas passar pano e fingir que nada aconteceu no 8 de janeiro é inaceitável”.

Ao ser questionado sobre o possível envolvimento de Jair Bolsonaro na tentativa de golpe, Leite disse que o contexto aponta para uma ruptura:

“Não tenho acesso a todo o conteúdo do processo, mas, pelas informações disponíveis, o contexto indica uma tentativa de ruptura institucional. Interpretaram de forma forçada a Constituição para tentar criar um ambiente de ruptura”, disse.

Ele também criticou bolsonaristas que ocuparam a mesa diretora do Congresso nessa terça-feira (5): “Obstrução regimental é uma coisa; impedir o funcionamento do Congresso é outra, inaceitável, venha de onde vier”.

Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.