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Câmara de BH decide futuro do título de ‘Capital Nacional do Grau’ nesta segunda

Projeto que revoga lei criada em 2022 será votado em 2º turno; autor alega aumento de ocorrências ilegais e riscos à segurança.

Belo Horizonte tem um espaço autorizado para praticantes do grau

O Projeto de Lei que tira de Belo Horizonte o título de Capital Nacional do Esporte Wheeling, conhecido como “grau” será votado em segundo turno nesta segunda-feira na Câmara Municipal. A proposta, de autoria do vereador Sargento Jalyson (PL), já foi aprovada em 1º turno com 33 votos favoráveis e 8 contrários. Se passar novamente, seguirá para sanção ou veto do prefeito Álvaro Damião (PL).

A lei 11.393 está em vigor desde 2022 e reconheceu oficialmente a cidade pelo esporte, que consiste na execução de manobras e acrobacias com motocicletas apoiadas sobre apenas uma roda. Para Sargento Jalyson, no entanto, a revogação é “essencial” para reforçar a segurança no trânsito e garantir a “manutenção da ordem pública”.

Ele afirma que, desde a criação da lei, houve aumento expressivo das ocorrências de prática ilegal do grau em vias públicas, colocando em risco condutores e pedestres. “Só até março de 2025 nós já tivemos 76 ocorrências registradas pela Polícia Militar. Eu destaco que não são apenas números. Nós perdemos vidas também”, disse.

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Segundo dados citados pelo parlamentar, em 2021 a Polícia Militar registrou nove ocorrências desse tipo. Após a entrada em vigor da lei, os números teriam disparado: 156 registros em 2023 e 338 em 2024. Somente até março de 2025, já foram contabilizados 76 casos. “Não são apenas números. Nós perdemos vidas também”, ressaltou Jalyson, mencionando atropelamentos e outros acidentes provocados por manobras ilegais.

Vereadores contrários

A proposta divide opiniões no Legislativo. Durante a votação em 1º turno, vereadores contrários à revogação argumentaram que o título concedido a BH não tem relação direta com a ocorrência de manobras irregulares.

Para Juhlia Santos (Psol), a retirada do título apenas descredibiliza a prática esportiva, sem atacar o problema em si. “A gente precisa fortalecer a fiscalização, o esporte e a juventude. Se não tem espaço específico, vamos criar espaço específico para fazer grau. Acabar com a data não vai resolver o problema”, afirmou.

Os defensores da manutenção da lei afirmam que é possível conciliar segurança e incentivo ao esporte, fortalecendo a fiscalização e a estrutura para a prática em locais seguros. Já os que apoiam a revogação acreditam que o reconhecimento oficial envia uma mensagem equivocada à população e pode estimular a prática em ambientes impróprios.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.