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Câmara aprova urgência de projeto para punir deputados que impedirem sessões no plenário

Durante votação, presidente da Casa, Hugo Motta, subiu o tom contra manifestações que impessam os trabalhos legislativos

Deputados de oposição em protesto na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (19) o requerimento de urgência para o projeto de resolução que altera o regimento interno da Casa para punir parlamentares que impeçam o andamento das atividades legislativas.

A iniciativa surgiu depois que deputados da oposição ocuparam o plenário em 5 de agosto, em protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante a votação da proposta, o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos – PB) subiu o tom. Segundo ele a proposta é uma demonstração clara de que a presidência não “aquiescerá” sobre protesto que impeçam os trabalhos no plenário.

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“Estamos pautando essa matéria diante do grave ocorrido que essa casa viveu na retomada dos trabalhos. Todos que participaram daqueles momentos sabem que momentos como aquele não podem e não irão se repetir nessa casa”, disse Motta.

Diante da reclamação dos deputados com o texto apresentado, Motta também afirmou que o relator do texto será definido posteriormente e que o projeto ainda pode sofrer alterações e ser “negociado”.

Pelo texto, a Mesa Diretora poderá aplicar suspensão imediata a parlamentares que bloquearem a abertura de sessões ou dificultarem os trabalhos legislativos.

“Os recentes e graves episódios de ocupação da Mesa do Plenário desta Casa, assim como de confrontos físicos entre parlamentares são manifestamente incompatíveis com a dignidade do mandato e com os próprios fundamentos do Estado Democrático de Direito”, afirma o projeto.

De acordo com o texto, após a aplicação da suspensão, o caso deverá ser encaminhado ao Conselho de Ética, que fará a análise definitiva.

A proposta prevê ainda punições de até seis meses de suspensão do mandato e das prerrogativas parlamentares para quem impedir ou obstruir os trabalhos por meio de ações físicas ou outros atos que extrapolem o regimento.

“Em casos como esses, não há tempo hábil para aguardar a tramitação de representações por quebra de decoro atualmente prevista no Regimento Interno desta Casa, que exige atuação da Corregedoria Parlamentar e posterior decisão da Mesa”, justifica o texto.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.