Belo Horizonte pode deixar de ser a “capital do grau”. A
A matéria, de autoria do vereador Sargento Jalysson (PL), justifica a revogação afirmando que a prática da manobra em via pública representa risco significativo à segurança de pedestres, motoristas e dos próprios praticantes.
A proposta causou embate entre os parlamentares. Segundo Sargento Jalysson, a revogação pode ajudar a preservar vidas. “A intenção de revogar esta lei que tornou BH a capital nacional do grau em 2022 é focar na prevenção da saúde e prevenção de vidas. O efeito colateral deste título que a cidade recebeu foi muito nocivo... Nós perdemos o controle, a ordem e, principalmente, perdemos vidas”, justificou.
Em plenário, o vereador também afirmou que na ocasião a criação do título tinha boa intenção, mas a lei foi desvirtuada com o passar do tempo.
Por outro lado, alguns parlamentares foram ao microfone para discordar da proposta do vereador. Segundo a vereadora Juhlia Santos (PSOL), a proposta do vereador é eleitoreira.
“O título aprovado nesta casa foi um dia para exaltar os esportes, assim como a Fórmula 1, os esportes envolvendo os motociclistas. Nada diz sobre ‘rolezinho’, ou do grau praticado nas vias públicas. Ao invés de propor o espaço devido para um esporte que já acontece, ao invés de fomentar um esporte que já tira vários jovens da marginalidade, eles querem agora, acabar. Mais uma manobra eleitoreira que acaba muitas vezes desvirtuando de fato o seu propósito”, afirmou.
A vereadora Juhlia, que disse ser contra o ‘grau’ em vias públicas, não concorda com a retirada do título, e sim com a criação de espaços adequados para a prática e aumento de fiscalização.
A lei, sancionada em 2022, tem autoria dos ex-vereadores Bim da Ambulância e Léo. Na ocasião, o tema causou polêmica, e contou com a participação de representantes de praticantes da modalidade.
Procurado pela reportagem, um dos autores da proposta, o ex-vereador e agora deputado estadual, Bim da Ambulância, disse que tentou conversar com o vereador para discutir a tentativa de revogação, mas não conseguiu contato. À reportagem, Bim chamou a proposta de eleitoreira, e afirmou que se o parlamentar pretende alavancar assim sua carreira política, que “faça bom proveito”.
O texto agora volta a tramitar em comissões, e precisa ser votado em segundo turno antes de ser encaminhado para sanção da prefeitura.