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AGU vê avanço no debate sobre aumento de IOF, mas lamenta resultado de conciliação

O Ministro Jorge Messias disse que o governo foi ao STF para defender o princípio de separação dos poderes. Audiência terminou sem acordo entre governo e Congresso

Para o advogado-geral da União, a decisão não ocorreu apenas para tratar sobre o tributo, mas também sobre “o princípio da separação de Poderes”

O advogado-geral da União, Jorge Messias, lamentou que não houve entendimento entre governo e Congresso Nacional em audiência no Supremo Tribunal Federal sobre a questão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro foi entrevistado pela CNN nesta quarta-feira (16).

“Infelizmente, não se chegou a um entendimento entre as partes, o que é comum”, afirmou. Para o ministro, porém, “o fato de não ter sido possível chegar a um acordo não significa que o diálogo foi infrutífero”.

Audiência no STF sobre aumento do IOF termina sem acordo entre governo e Congresso

“Acredito que conseguimos, no diálogo que temos mantido não só com o Congresso, mas também com outros atores políticos, avançar na busca por um entendimento”, disse Messias.

A audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (15) terminou sem consenso entre o Governo Federal e o Congresso Nacional. As partes envolvidas optaram por aguardar uma decisão judicial definitiva sobre o tema.

Para o advogado-geral da União, a decisão não ocorreu apenas para tratar sobre o tributo, mas também sobre “o princípio da separação de Poderes”.

“Nós fomos ao Supremo não exatamente defender só o IOF, nós fomos defender o princípio da separação de Poderes. Havia ali uma violação da separação de Poderes e nós solicitamos ao Supremo Tribunal Federal que restaurasse esse princípio e esse é isso que nós aguardamos agora”, disse Messias.

Entenda o conflito

Em maio, o governo editou um decreto que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras com expectativa de gerar R$ 20 bilhões em arrecadação em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026. A medida gerou forte reação entre parlamentares e no mercado financeiro, o que deu início a uma crise institucional.

Mesmo com a realização de negociações, que reduziram a previsão de arrecadação para R$ 12 bilhões neste ano e R$ 31,3 bilhões no próximo, o Congresso optou por derrubar o decreto do governo, por meio de um decreto legislativo.

O executivo vê a medida como essencial para atingir a meta fiscal de superávit em 2026. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes, relator de quatro ações relacionadas à questão, suspendeu, por meio de liminar, tanto o decreto presidencial que aumentava o imposto quanto o decreto legislativo que anulava a medida do Executivo.

*Sob supervisão de Enzo Menezes

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas