Demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) logo após os ataques às sedes dos Três Poderes, no 8 de janeiro, o ex-comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, presta depoimento nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Arruda é ouvido como testemunha de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, e de Jair Bolsonaro na ação penal que apura um suposto golpe de estado em 2022.
O principal nome entre as testemunhas é o do general Júlio César Arruda. Ele foi nomeado comandante do Exército no início do governo Lula, mas acabou demitido após apenas 23 dias, em meio ao desgaste provocado pelos desdobramentos dos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes.
O que ele disse?
O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, questionou o general Júlio César Arruda, destacando que a ordem para que a Polícia Militar prendesse os manifestantes partiu diretamente dele, como magistrado.
Moraes também trouxe à tona o depoimento do coronel Fábio Augusto, segundo o qual Arruda teria dito ao então comandante da PMDF: “O senhor sabe que minha tropa é maior que a sua”. Confrontado com a frase, o general afirmou não se lembrar da declaração.
“Já respondi isso antes, e volto a responder: minha função era acalmar. Isso precisava ser feito de forma coordenada — e foi, com os ministros Flávio Dino, Rui Costa e José Múcio”, disse Arruda.