O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB) quer a união dos nomes da direita e da centro-direita em torno de uma única candidatura para disputar com Lula nas eleições de 2026. As declarações foram dadas em uma entrevista ao programa Canal Livre, da Bandeirantes.
Temer não citou diretamente o nome do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) entre os cotados, mas lembrou que alguns opositores do atual presidente têm se articulado de olho no pleito do ano que vem. Além de Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD) e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) têm se reunido para se debruçar no assunto das eleições presidenciais.
Para o ex-presidente, o mais importante para o eleitor na próxima eleição deve ser o programa apresentado pelo candidato, e não sua ideologia política. “É importante que a chamada centro-direita tenha um programa, se tiver uma direita extremada, que tenha um programa, se tiver uma esquerda, que tenha um programa. Daí o eleitor olha os programas e opta. Havendo tantos pré-candidatos, será que é possível encontrar um único? Não sei se é possível. Acho que nosso dever é pregar isso permanentemente”, afirmou.
Também sem citar o nome dos governadores, Michel Temer confirmou que já realizou encontros para auxiliar nas articulações em torno de um só nome. “Não é improvável, e eu vejo na conversa que tive com os governadores. Se saírem cinco candidatos de um lado e um único do outro lado, claro que o único terá uma vantagem extraordinária. Espero que haja dois ou três candidatos com programas determinados, mas sem muitas candidaturas”, afirmou.
Temer lembrou o exemplo das eleições de 1989. Após mais de duas décadas de ditadura militar, foi a primeira eleição direta para presidente desde 1960, reunindo 22 candidatos de diferentes espectros políticos. O contexto de redemocratização e o desejo de renovação política impulsionaram a participação de figuras diversas, desde políticos tradicionais até lideranças populares e personalidades midiáticas.
A ausência de regras mais rígidas para a formação de coligações e a novidade do voto direto após anos de repressão contribuíram para a fragmentação do cenário eleitoral. Naquele ano, Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva foram para o segundo turno - e Collor venceu.