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PBH consegue empréstimo de US$ 50 milhões para obras e reassentamento na Vila do Índio

Moradores, engenheiros da PBH e vereadores se reuniram nesta terça-feira (8) para discutir os problemas relacionados às chuvas e intervenções estão em andamento no local

A Prefeitura tem a ideia de realizar na região um projeto nos moldes do Parque Ciliar Comunitário do Onça.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já aprovou e está em processo de assinatura junto à Prefeitura de Belo Horizonte, empréstimo que deve destinar cerca de US$ 50 milhões para dentre outras obras, viabilizar a obras e reassentamento de famílias da Vila do Índio, região de Venda Nova, local que historicamente sofre com sérios alagamentos.

A informação foi repassada nesta terça-feira (8) em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos, Habitação, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor, na Câmara Municipal de BH (CMBH).

Representantes dos moradores, engenheiros da PBH e vereadores se reuniram para debater os problemas de longa data relacionados às chuvas no local, e quais intervenções estão em andamento ou são projetadas pelo executivo para resolver o problema.

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Segundo Ana Paula Furtado, engenheira da PBH, empréstimos já aprovados pela Câmara no ano passado estão em tramitação final com o BID, e estão prestes a ser executados após a assinatura de contratos.

A Câmara já aprovou o empréstimo no final do ano passado e nós estamos, neste momento, em tratativas com o banco. Semana passada o banco veio em comitiva com uma série de consultores nacionais e internacionais para poder assinar. Agora tem uma fase de assinatura do contrato entre prefeitura e o banco, e a expectativa é que a gente assine esse contrato de financiamento até o segundo semestre
— disse Ana Paula Furtado.

A audiência na manhã desta terça-feira esteve alinhada com o discurso de partidos de diferentes esferas. O vereador que solicitou a audiência, Uner Augusto (PL), afirmou que os problemas são antigos, e as respostas são insuficientes.

Alguns problemas nós sabemos que são históricos, como nós dissemos, são problemas estruturais, nós vamos conversar com os representantes da PBH para entender como que o município está procurando solucionar esses problemas, e outros problemas que são circunstanciais e mais recentes”.
Uner Augusto.

Já a vereadora Juhlia Santos (PSOL), diz que políticas públicas não estão chegando nas extremidades de BH.

Tem uma parte, uma parcela da cidade de Belo Horizonte, que é região dos extremos, Vila Nova, no alto do Barreiro e na Oeste, que historicamente são esquecidas. A gente precisa que as políticas públicas pensadas para o hipercentro, para alguns bairros considerados nobres de Belo Horizonte, cheguem também nas pontas, chega também nos extremos”.
— vereadora Juhlia Santos.

Mônica Jesus, uma das lideranças dos moradores da Vila do Índio, afirma que há necessidade de projetos completos e obras que saiam do papel.

Não queremos só paliativos. Queremos um projeto completo. Queremos a obra integral que ia ser iniciada no dia 2 de janeiro. Eles falaram, falaram, falaram, e eu não entendi absolutamente nada. Quando que vai ser iniciada esta obra que era para ter começado no dia 2 de janeiro? Quais locais serão definidos para a construção das moradias? Qual o teto mínimo para indenização para as famílias impactadas? Como serão feitas essas avaliações?”
— Mônica Jesus, liderança local.

Projeto em andamento na Vila do Índio

A Prefeitura tem a ideia de realizar na região um projeto nos moldes do Parque Ciliar Comunitário do Onça, que fica entre os bairros Ribeiro de Abreu e Novo Aarão Reis, que está transformando as áreas remanescentes em praças, campos de futebol e hortas comunitárias, além de obras estruturantes para evitar alagamentos. Este projeto depende da captação de recurso via empréstimo.

Em janeiro de 2025, 77 famílias foram removidas da Vila do Índio.

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.