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Galípolo diz que custos de crédito são maiores para quem aposta em bets

Presidente do Banco Central afirmou ainda que não cabe à autarquia fiscalizar as empresas de apostas esportivas

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira (8) que os bancos começaram a considerar o histórico de participação em apostas esportivas para concessão de crédito.

“Então, hoje em dia, a gente já tem essa informação de que os bancos, sim, consideram esse tipo de hábito, esse tipo de prática por parte do cidadão, se ele aposta ou não, para poder analisá-lo ou classificá-lo como um risco mais elevado”, afirmou Galípolo, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado.

Segundo o chefe da autoridade monetária, as instituições avaliam que há chances maiores de inadimplência caso uma pessoa seja apostadora.

“Hoje, a maior parte dos bancos com a qual a gente conversa, ao analisar que o risco é maior de inadimplência no caso de quem aposta, já tem considerado ali um risco maior, e, no final do dia, acaba saindo um custo mais elevado para essas pessoas que tomam empréstimo já de antemão na análise”, disse.

Galípolo declarou que não cabe ao Banco Central fiscalizar ou aplicar sanções às bets ilegais e reforçou que essa é uma atribuição da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.

“Importante realçar que as chamadas bets não prestam serviço financeiro ou de pagamento. Nesse sentido, o alcance do Banco Central reside nos procedimentos e controles das instituições autorizadas por nós a funcionar, no que está estritamente limitado às atribuições definidas pela legislação vigente, como é o caso dos procedimentos dessas instituições no que se refere à prevenção à lavagem de dinheiro e ao combate ao terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa”, afirmou.

Em sua fala, o presidente da autarquia disse ainda que não poderá repassar informações sobre transações feitas por Pix para identificar apostadores, já que esses dados são protegidos por sigilo bancário.

“Estou legalmente impedido de apresentar dados ou elementos que digam respeito às operações processadas no âmbito do Pix, incluindo os valores e as partes pagadoras e recebedoras envolvidas nos pagamentos”, justificou aos senadores.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.