O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Campo do Meio (MG) nesta sexta-feira (7) para participar da entrega de lotes da reforma agrária. O programa do Governo Federal, chamado “Terra da Gente”, vai entregar 138 mil hectares, divididos em 12.297 lotes em 24 estados brasileiros.
Além disso, serão destinados R$ 1,6 bilhão para Crédito Instalação em 2025, o que irá beneficiar cerca de 18 mil famílias com moradias, e R$ 48 milhões para o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
A
primeira-dama Janja Lula da Silva e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar,
Paulo Teixeira, também acompanham a agenda oficial. O presidente pousou no Aeroporto de Varginha por volta das 9h20 da manhã. A previsão é que Lula se reúna com lideranças e movimentos sociais na parte da tarde e depois retorne à Brasília.
A cerimônia é transmitida pelo Canal Gov:
Aproximação do MST
Lula busca uma reaproximação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que desde o final do ano passado tem mandado recados de insatisfação ao Palácio do Planalto.
Em janeiro, o
MST divulgou uma carta aberta com cobranças ao governo petista, inclusive chamando o governo de Lula de “neoliberal”. A carta recebeu apoio de 400 dirigentes do movimento e foi recebida como um recado muito direto por integrantes do governo.
Quilombo Campo Grande
O local escolhido para a cerimônia, o Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG), é um desses acenos. O local é alvo de disputas judiciais há quase três décadas e considerado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) um símbolo da luta pela reforma agrária no Brasil.
A área faz parte do Complexo Ariadnópolis, que era parte da massa falida da Usina Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A.
Em 1996, a usina fechou com dívidas com a União e sem pagar salários atrasados e verbas indenizatórias aos seus funcionários. Muitos deles permanecem na terra e integraram o movimento de ocupação. O Quilombo foi criado em 1998 e tem 11 acampamentos. Até agora, já houve 11 tentativas da massa falida da empresa para reintegração de posse, a última delas durante a pandemia da Covid-19.
Na época, o
Governo Zema (Novo) foi alvo de críticas por causa da atuação da Polícia Militar durante a reintegração de posse. As famílias do MST acusaram a PM de agir com truculência. O governo afirmou que a decisão de reintegração era uma ordem judicial e, portanto, deveria ser cumprida pela PM.