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Nikolas anuncia apoio a outro projeto sobre jornada de trabalho: ‘Não sou contrário ao fim da jornada 6x1’

Deputado mineiro afirmou que proposta de deputada Érika Hilton, do PSOL, foi ‘populismo barato’ e defendeu a liberdade dos trabalhadores negociarem suas jornadas

Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou proposta de Érika Hilton, mas disse não ser contra fim da jornada 6x1

Após criticar a proposta elaborada pela deputada Érika Hilton (PSOL) que prevê o fim da jornada 6x1 e quer implementar a jornada 4x3, o deputado Nikolas Ferreira (PL) anunciou o apoio à uma outra proposta que trata sobre o tema e disse não ser contra o fim da jornada de seis dias de trabalho.

O parlamentar mineiro afirmou que já assinou uma outra proposta do deputado Maurício Marcon (Podemos), que está sendo apelidada de “PEC da Alforria”. Segundo o autor do texto, que ainda não foi protocolado, a PEC permite que o trabalhador negocie horários e jornadas flexíveis.

“Acabo de assinar a proposta do Maurício Marcon para dar ao trabalhador uma escolha sobre sua jornada. Não sou contrário ao fim da jornada 6x1 e não farei populismo barato. Queremos oferecer a liberdade ao trabalhador de optar por um regime flexível, onde ele, juntamente com o empregador, define quantas horas serão trabalhadas e recebe de acordo com o tempo dedicado. Esse modelo, inspirado nos EUA, permite que o trabalhador ajuste seu trabalho às suas necessidades, sem perder direitos. Menos burocracia, mais liberdade. É disso que precisamos - e não projetos lacradores para brincar com o sentimento do trabalhador”, escreveu Nikolas Ferreira.

Veja mais: Bolsonaro se manifesta sobre o fim da escala de trabalho 6x1

O deputado Marcon anunciou a PEC no plenário da Câmara, na noite de terça-feira, e nesta quarta-feira (13) afirmou ter conseguido 50 assinaturas para sua proposta.

“Vamos copiar o que dá certo. Hoje, apresentei uma PEC junto com colegas da oposição para que copiemos o que dá certo no mundo. O sistema americano permite que cada trabalhador trabalhe até um dia por semana se assim ele quiser, que ele ganhe por hora trabalhada. Que ele tenha liberdade e não que uma deputada do PSOL ou qualquer governo decida quando o trabalhador estará presente em seu trabalho”, disse Marcon.

“O que nós precisamos é dar liberdade para as pessoas trabalharem o quanto elas quiserem. E não ficarem presas em um sistema lá de 1940, que é nossa CLT”, concluiu o deputado gaúcho.

O projeto de Marcon altera o Art. 7° da Constituição Federal para prever a possibilidade de opção pelos empregados quanto à jornada de trabalho, podendo escolher entre o regime comum previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou um regime flexível baseado em horas trabalhadas.

PEC de Érika Hilton

A Proposta de Emenda à Constituição da deputada Érika Hilton ganhou repercussão nas redes sociais e no debate político nesta semana, sugerindo uma mudança significativa na jornada de trabalho.

A ideia central é alterar a atual escala de seis dias de trabalho por um de folga (6x1) para quatro dias de trabalho e três de descanso (4x3).

De acordo com a proposta, a nova jornada consistiria em quatro dias de trabalho na semana, com oito horas diárias, totalizando 36 horas semanais. Um ponto crucial da PEC é que essa redução na carga horária não implicaria em diminuição salarial para os trabalhadores.

Direita dividida

A proposta de acabar com a jornada de 6x1, apresentada pela deputada do PSOL, está encontrando apoio entre alguns parlamentares da direita. O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) tem usado as redes sociais para defender a mudança.

Em vídeo gravado no plenário do Senado, Cleitinho afirmou que defenderá o fim da jornada 6x1 e afirmou que “se não acabar com a escala 6x1 para os trabalhadores, vamos acabar com a escala 3x4 dos políticos”.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.