Em uma entrevista ao jornal norte-americano The New York Times,
publicada nessa quarta-feira (17), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que o Judiciário tem sido alvo de ataques e defendeu a instituição contra acusações de autoritarismo.
Uma reportagem do jornal levantou questionamentos sobre a atuação do STF na política brasileira. Com o título “O Supremo está salvando ou ameaçando a democracia?”, o texto destaca que, nos últimos cinco anos, a Corte ganhou um protagonismo inédito ao expandir seus poderes para combater o que considera ataques à democracia.
O NYT destacou que as ações tomadas pelos integrantes do Supremo Tribunal, em especial o ministro Alexandre de Moraes, dividem a opinião pública e resultam em questionamentos sobre os limites da atuação da Corte.
“Estamos fazendo uma defesa vigorosa da democracia. E nós desempenhamos esse papel de enfrentar um movimento que considero global, radical e de extrema-direita, de ataque às instituições, que circula desinformação e — ainda está sendo investigado — talvez tenha até tentado um golpe”, afirmou o magistrado.
“Lembrando que o ex-presidente [Bolsonaro] recebeu 49% dos votos, e ele tinha o Supremo Tribunal como seu principal alvo. Portanto, não é surpresa que haja uma visão negativa, se não ressentida, de parte da população”, disse Barroso.
Sobre a atuação da Corte no caso do X no Brasil, Barroso saiu em defesa das decisões dos magistrados: “A legislação brasileira prevê que empresas estrangeiras que operam no Brasil devem ter representantes no Brasil. O que o X fez? Retirou seus representantes. Portanto, cometeu um ato ilegal e, assim, não pôde operar no Brasil”.
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