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Investigação de Milton Ribeiro é enviada ao STF após suspeita de interferência

Juiz entendeu haver indícios de que ex-ministro da Educação sabia das investigações em andamento

Ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro

A Justiça Federal em Brasília enviou nesta sexta-feira (24) a investigação sobre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na decisão assinada pelo juiz Renato Borelli, que acatou pedido do Ministério Público Federal, há uma transcrição de conversas do ex-ministro obtidas por meio de interceptações telefônicas. O juiz entendeu que as conversas indicam que Ribeiro poderia ter conhecimento sobre o andamento das investigações.

O magistrado deu a decisão após o MPF apontar “indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações”.

Borelli pede que a relatora do caso seja a ministra Cármen Lúcia, que era a responsável pelas investigações envolvendo o MEC quando Ribeiro era ministro.

Nos trechos da interceptação telefônica que vieram a público, o ex-ministro cita a possibilidade de uma operação de busca e apreensão, o que foi entendido pelo magistrado como possível vazamento de informação a Ribeiro.

“Tudo caminhando, tudo caminhando. Agora... tem que aguardar né... alguns assuntos tão sendo resolvidos pela misericórdia divina né... negócio da arma, resolveu.. aquele ... aquela mentira que eles falavam... que os ônibus estavam superfaturados no FNDE ... pra (ininteligível) também... agora vai faltar o assunto dos pastores, né? Mas eu acho assim, que o assunto dos pastores... é uma coisa que eu tenho receio um pouco é de... o processo... fazer aquele negócio de busca e apreensão, entendeu?”, disse o ex-ministro nas interceptações.

Na quarta-feira (23), a Polícia Federal (PF) informou que vai apurar a suposta interferência nos trabalhos da Operação Acesso Pago, para apurar o tráfico de influência e corrupção na liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

Operação Acesso Pago

Na operação, foram presos o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, e mais dois suspeitos. Na tarde de hoje (23), todos foram soltos por determinação do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

Em nota, a PF disse que a apuração buscará esclarecer os fatos para garantir a autonomia e a independência funcional do delegado do caso.

“Considerando boatos de possível interferência na execução da Operação Acesso Pago e objetivando garantir a autonomia e a independência funcional do delegado de Polícia Federal, conforme garante a Lei nº 12.830/2013, informamos que foi determinada a instauração de procedimento apuratório para verificar a eventual ocorrência de interferência, buscando o total esclarecimento dos fatos”, declarou a corporação.

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