O presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom contra os juízes e procuradores da Operação Lava Jato, nesta quinta-feira (18), em cerimônia que marcou a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. As obras de ampliação da refinaria foram paralisadas em 2015, por conta da operação, que expôs um suposto esquema de corrupção envolvendo diretores da Petrobras, empreiteiras e políticos.
Lula afirmou que a Lava Jato puniu a soberania do Brasil e acusou procuradores e juízes de selarem um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. “Tudo o que aconteceu neste país foi a mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores deste país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que não queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”, disparou o presidente. “Eles não queriam que nós tivéssemos a Petrobras em 1953. Eles (os Estados Unidos) diziam que o Brasil não precisava de petróleo, que o Brasil tinha que importar, que ficava mais barato”, completou Lula.
O governo federal pretende investir US$ 17 bilhões para concluir as obras da Refinaria Abreu e Lima. A ampliação da refinaria faz parte do pacote de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O governo espera gerar 30 mil empregos e ampliar a capacidade de refino para 260 mil barris, até 2028, quando as obras de ampliação deverão ser concluídas.
Lula falou do acordo, feito em 2005 com a Venezuela para a construção da Refinaria, e admitiu que o então presidente Hugo Chávez não cumpriu o combinado, deixando de fazer o aporte financeiro de US$ 2,3 bilhões, que havia sido acordado entre os dois países. “O dado concreto é que quando o Chávez concordou, a gente resolveu começar a refinaria, mas o Chávez nunca colocou 1 centavo aqui”, admitiu. “Graças a Deus estamos fazendo ela sozinha, porque nós vamos fazer com os nossos erros e com os nossos acertos”, concluiu Lula.
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