O Ministério da Justiça e Segurança Pública acertou, juntamente com o Governo do Distrito Federal, o protocolo de segurança a ser adotado para o ato que marca o aniversário de um ano dos ataques do dia 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes, promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A previsão é que quase dois mil policiais militares do Distrito Federal atuem durante o evento, além dos efetivos da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança.
O protocolo foi assinado nesta quinta-feira (04), em uma cerimônia no Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal. Durante o evento, o Secretário Executivo do Ministério da Justiça e ministro em exercício, Ricardo Cappelli, detalhou que o acesso à Praça dos Três Poderes será restrita e haverá reforço de policial.
“A Polícia Militar, a partir do PAI (Plano de Ação Integrada), desdobra o plano operacional dela. Nós, do ponto de vista do governo federal, teremos 250 homens da Força Nacional no Ministério da Justiça e Segurança Pública para proteger o Palácio e de prontidão para uma eventual necessidade. Todas as forças estarão mobilizadas para garantir que seja um dia histórico de celebração democrática”, detalhou.
Até o momento, o Ministério e o Governo do Distrito Federal não detectaram nenhuma manifestação ou movimento que ameace a realização do evento. Mesmo assim, a previsão é que a Esplanada dos Ministérios - que dá acesso à Praça dos Três Poderes - seja fechada e o acesso seja condicionado a uma triagem da Polícia Militar.
Sem desconfiança
Após o ocorrido em 8 de janeiro do ano passado, Cappelli e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, destacaram que a chance de um eventual boicote das forças da segurança se repetir, como ocorreu em 2023, é zero. Celina, inclusive, comentou a ausência do governador do DF, Ibaneis Rocha, no evento, e disse que a desconfiança sobre o episódio está superada.
“Nós tivemos 66 dias muito duros para nós com a ausência do nosso governador, mas o nosso governador é um democrata, e você nunca viu uma frase do Ibaneis questionando o judiciário”, defendeu Celina.
Ibaneis havia sido afastado do cargo logo no dia seguinte aos ataques por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O ministro entendeu que Ibaneis deveria ser investigado por suposta omissão na segurança do Distrito Federal. Apesar de estar convidado, o governador do DF está de férias e não participará do ato convocado pelos chefes dos Três Poderes: o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco; e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.