A assinatura da repactuação do acordo de Mariana, que era aguadada para esta terça-feira (5), não será realizada hoje. Os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, que ameaçaram sair da mesa de negociação caso a repactuação não fosse fechada até a data, decidiram permanecer no debate. A coluna apurou que uma nova reunião, para discutir valores na repactuação brasileira, está marcada para quinta-feira (7), em Belo Horizonte.
Fontes dos governos estaduais e do governo federal disseram à coluna, na COP28, em Dubai, que o acordo está praticamente fechado, mas o problema é o valor. As partes reclamam que as mineradoras, Vale, BPH e Samarco, querem pagar menos do que foi sinalizado.
Dos R$ 120 bilhões totais do acordo, vinham sendo negociados R$ 60 bilhões em dinheiro novo, já que a outra metade, segundo as mineradoras, havia sido quitada em indezação e outras reparações. No entanto, na última reunião, realizada na semana passada, as empresas ofertaram apenas R$40 bi em novos recursos, enquanto o governo federal fez um recalculo e pede pede R$ 90 bilhões.
Fontes do governo de Minas esperam uma conclusão para o início do ano que vem e acreditam que seja “uma jogada” das mineradoras para abaixar o valor, diante do acréscimo pedido pela União. O governo do Espírito Santo tem pouca esperança de que o acordo seja fechado em breve.
Municípios
Já os municípios têm sido um agente de pressão na negociação brasileira. Apesar de estarem fora da mesa de repactuação, as 39 cidades reconhecidas como atingidas receberiam R$ 6,5 bi e estão dispostas a não aceitar menos de R$ 14 bilhões. Na ação internacional, que é movida na justiça inglesa, os municípios podem ser contemplados com cerca de R$ 40 bilhões.
Outro lado
Em nota, a BHP afirmou que “está absolutamente comprometida com as ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão, em 2015. Por isso, participa ativamente das discussões de repactuação do TTAC e reforça que, desde 2015, esteve disposta a buscar, coletivamente, soluções que garantam uma reparação justa e integral aos atingidos”.