O deputado federal André Janones (Avante) sugeriu a assessores de seu gabinete na Câmara dos Deputados que participassem de uma ‘vaquinha’ para conseguir recursos para futuras campanhas eleitorais.
Os novos áudios atribuídos ao parlamentar mineiro - gravados no início de 2019 - foram divulgados pelo portal “Metrópoles” nesta terça-feira (28).
“Eu pensei de a gente fazer uma vaquinha entre nós, e aí nós vamos decidir se vai ser R$ 50, se vai ser R$ 100, R$ 200, se cada um dá proporcional ao salário. Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha”, diz o áudio de Janones.
“Como nós não vamos ser corruptos, não vamos aceitar cargos, como a gente não vai ceder a essas coisas e a gente precisa de dinheiro pra fazer campanha, qual é a minha sugestão? E aí nós vamos dividir o valor entre nós, inclusive eu. Isso é, todos. E isso é legal. Às vezes, você confunde isso com devolver salário. Devolver salário é você ficar lá na sua casa dormindo, me dá seu cartão, todo mês eu vou lá e saco e deixo só um salário pra você. Isso é devolver salário”, continuou o parlamentar.
Na segunda-feira (27), outro áudio atribuído a André Janones mostra o deputado cobrando de assessores que eles ajudem a pagar dívidas de uma campanha para a prefeitura de Ituiutaba, em 2016. O deputado afirmou que os áudios foram retirados de contexto.
Outro lado
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com Janones, mas ele não retornou as ligações. Por meio de suas redes sociais Janones fez um post dizendo que as gravações mostram que não houve irregularidades e diz que, assim como o ex-presidente Lula no caso do Triplex, ele está sendo alvo de condenações precipitadas.
“Mais áudios sendo divulgados e com eles, a história real vindo a tona. A história: eu (quando ainda não era deputado), disse pra algumas pessoas (que ainda não eram meus assessores) que eles ganhariam um salário maior do que os outros, para que tivessem condições de arcar com dívidas assumidas por eles durante a eleição de 2016. Ao final, a minha sugestão foi vetada pela minha advogada e, por isso, não foi colocada em prática. Fim da história”, escreveu o deputado mineiro.
“E mais uma vez, uma parte do nosso campo quase cometeu o mesmo erro de quando acusaram o presidente Lula no caso do triplex, já que tinham imagens dele visitando o apartamento. Prova ‘inconteste’, segundo alguns. Quando vamos aprender a não julgar e condenar antes do contraditório e a ampla defesa ? Pensei que a Lava-Jato tinha deixado lições”, continuou Janones.