A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos atenderá ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) feito à relatora, senadora Eliziane Gama, para acessar os documentos sigilosos obtidas por ela no decorrer dos cinco meses de investigação.
O trabalho de Gama resultou em um relatório que aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o grande responsável pelos ataques vândalos contra os prédios dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. O documento remetido à PGR, ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Polícia Federal (PF) pede o indiciamento de Bolsonaro e de outros 60 aliados dele.
O ofício enviado a Eliziane Gama na última segunda-feira (30) é assinado pelo subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, que justifica o pedido de acesso dos documentos obtidos junto ao Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (Simba). “Os dados ora solicitados são essenciais à análise do relatório final da CPMI remetido a esta Procuradoria-Geral da República”, escreveu.
O documento produzido por Eliziane Gama chegou à PGR no último 24 de outubro, e é analisado por um grupo estratégico criado com o fim de investigar os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. O relatório da CPMI foi apresentado aos parlamentares em 17 de outubro e aprovado por 20 votos favoráveis diante de 11 contrários.