O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como parcial o relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na CPMI dos Atos Antidemocráticos, que pede o indiciamento dele e de outras 60 pessoas por suposta ligação com os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Na saída da Polícia Federal, onde apresentou esclarecimentos por escrito, nesta quarta-feira (18), no âmbito do inquérito que apura uma suposta troca de mensagens com empresários, que planejaram um golpe de estado no país, Bolsonaro chamou Eliziane Gama de funcionária do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), e criticou o fato de não ter sido chamado para depor. “Completamente parcial (o relatório). A funcionária de Flávio Dino recebeu, com toda certeza, o relatório pronto e entregou. Um absurdo. Por que não me convocou? Eu iria lá sem problema nenhum”, questionou Bolsonaro.
Bolsonaro admitiu que sempre discutiu propostas de implementação da Garantia da Lei e da Ordem, a chamada GLO, quando as Forças Armadas são acionadas. “Vocês sabiam que eu quase pedi a decretação do Estado de Defesa em 2019? Pela questão de Roraima, na construção do Linhão de Tucuruí. Não podia ficar sendo chantageado por ONGs que manipulam indígenas impedindo a construção do Linhão”, afirmou Bolsonaro. O ex-presidente admitiu que a GLO foi discutida com as Forças Armadas para ser acionada, no ano passado, caso tivesse algum distúrbio nas eleições de 2022, mas negou que tenha planejado um golpe de estado no país.