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CPMI do 8 de janeiro encerrará as atividades esta semana; saiba os próximos passos

O relatório final deverá ser apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na nesta terça-feira (17). Como haverá pedido de vista, o parecer deve ser votado pelos membros da CPMI na quarta-feira (18)

A relatora da CPMI dos Atos Antidemocráticos, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), irá apresentar o parecer nesta terça-feira (17), em reunião marcada para às 9h. Na ocasião, os parlamentares de oposição ao governo que integram o colegiado também irão apresentar um relatório, que deve pedir o indiciamento de pessoas ligadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que se considera neutro, protocolou um parecer, na última sexta-feira (13), pedindo o indiciamento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional general Gonçalves Dias, que comandava o GSI no dia 8 de janeiro.

Há um acordo entre os parlamentares para que haja pedido de vista, ou seja, mais tempo para analisar o teor do relatório que será apresentado pela senadora Eliziane Gama. Após a leitura do parecer da senadora Eliziane Gama, os parlamentares de oposição ao governo terão 40 minutos para apresentar um voto em separado, ou seja, um relatório paralelo que tem sido elaborado pelos membros da oposição. A previsão é a de que o parecer seja submetido à votação na quarta-feira (18).

DEPOIMENTOS NA CPMI

A CPMI dos Atos Antidemocráticos iniciou as atividades no final de maio, com o objetivo de apurar os atos do dia 8 de janeiro, quando os prédios da Praça dos Três Poderes foram invadidos e depredados. No total, o colegiado ouviu 20 pessoas, entre eles, os ex-chefes do GSI generais Augusto Heleno e Gonçalves Dias, além do coronel Jean Lawand, que apareceu em troca de mensagens telefônicas com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cesar Cid, defendendo intervenção militar após as eleições de 2022.

Mauro Cid também foi convocado para depor, em julho, mas optou por ficar em silêncio durante a oitiva, respaldado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que permitia a ele ficar em silêncio para não responder a perguntas que pudessem incriminá-lo. Cid firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Nomes que integraram a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), a quem cabia a segurança na Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, também estiveram na CPMI, entre eles, os coronéis Jaime Naime e Fabio Vieira, que chefiava a corporação no dia dos atos golpistas.

A CPMI também ouviu o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, George Washington e Wellington Macedo, condenados por planejarem a explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília no final de 2022, além do hacker Walter Delgatti.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.
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