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Boulos, Nunes, Tabata, Datena: quem os partidos querem colocar na disputa pela Prefeitura de SP

Eleição municipal acontece daqui a um ano, em 6 de outubro de 2024; Ricardo Salles e Kim Kataguiri também querem estar na disputa

A um ano da eleição municipal, alguns partidos políticos já escolheram o caminho que tomarão para a disputa pela Prefeitura de São Paulo, cidade mais populosa do país.

Nomes como Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PDT) despontam como possibilidades de adversários do atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), de acordo com os partidos consultados pela CNN.

Os deputados federais Ricardo Salles (PL) e Kim Kataguiri (União Brasil) ainda não são nomes certos para a disputa, mas se colocam no páreo.

Ricardo Nunes (MDB)

Eleito vice-prefeito em 2020, Ricardo Nunes assumiu a prefeitura após a morte de Bruno Covas (PSDB), em 2021.

Para viabilizar seu nome, o mandatário vem negociando uma aliança junto ao Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro; o partido não quer levar a candidatura de Ricardo Salles adiante.

Nunes, contudo, enfrenta certa desconfiança da base bolsonarista. Em 5 de setembro, ele afirmou que não tinha proximidade “nem com Bolsonaro nem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”.

Dez dias depois, visitou o ex-chefe do Executivo nacional no Hospital Vila Nova Star, após ele passar por duas cirurgias, na tentativa de dissipar atritos.

Além de sua própria sigla, União Brasil e Solidariedade confirmaram à CNN o apoio à reeleição. O Podemos declarou que está “na base” do mandatário e a âncora da CNN Raquel Landim apurou que o Republicanos, do governador Tarcísio de Freitas, também estará na chapa.

O PP também acompanhará Nunes, como disse o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI).

Guilherme Boulos (PSOL)

Deputado federal mais votado do estado em 2022, Guilherme Boulos recebeu o apoio de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT) para o pleito do próximo ano.

Esta será a primeira vez que o PT não disputará a prefeitura da capital, que já ocupou em três oportunidades. Durante o evento de formalização do apoio, no começo de agosto, Boulos comunicou que o vice ou a vice da chapa será petista.

“Isso está pactuado, mas não temos pressa para tomar essa decisão. Teremos essa definição mais pra frente. Agora o momento é de construir um grande movimento por São Paulo”, disse.

Será a segunda vez que o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disputa o cargo. Em 2020, conquistou 40,62% dos votos no segundo turno, mas acabou derrotado Bruno Covas.

Ao ser lançado pelo PSOL, o parlamentar assegura o apoio da Rede Sustentabilidade, que forma federação com a sigla.

O PCdoB e o PV, federados com o PT, também formalizaram apoio à candidatura do psolista.

Tabata Amaral (PSB)

A deputada federal Tabata Amaral é pré-candidata do PSB na disputa.

Com o lançamento de candidatura própria, o partido vai na contramão do cenário nacional, em que tem uma aliança com o PT. O cenário pode colocar o vice-presidente Geraldo Alckmin, filiado à sigla, em palanque oposto ao do presidente Lula.

A parlamentar minimizou o apoio de Lula, o que, segundo fontes ouvidas pela CNN, causou raiva entre os petistas. Ela disse que gostaria de ter o petista ao seu lado, mas que o paulistano não vota nele, nem em Bolsonaro.

O PSDB, que triunfou na capital em 2020, abriu conversas com a pessebista para apoiá-la na disputa, conforme apurou o analista da CNN Pedro Venceslau.

José Luiz Datena (PDT)

O PDT ainda não oficializou a pré-candidatura, mas o presidente municipal da sigla, Antônio Neto, confirmou à CNN a intenção de ter o apresentador José Luiz Datena como candidato. Procurado, Datena não se pronunciou a respeito da possível candidatura.

O jornalista se filiou à legenda em março deste ano. Em abril, foi vazado um vídeo nas redes sociais no qual Datena sugere a Boulos que os dois formem uma chapa, em que ele seria candidato a vice. Posteriormente, o apresentador criticou o vazamento e diz que a união ficou inviável.

Ricardo Salles (PL)

Sem apoio do comando do PL, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) avalia deixar a legenda para retomar o plano de concorrer no pleito municipal. Bolsonaro deu aval ao congressista e disse que não vai impedi-lo de concorrer.

Ex-ministro do Meio Ambiente, o parlamentar disse à CNN que “o ideal seria concorrer pelo partido em que está hoje”.

Quarto mais votado do estado para a Câmara dos Deputados, ele argumentou, contudo, que não precisou da legenda para se eleger e ainda puxou “mais um deputado e meio” para a bancada.

Kim Kataguiri (União Brasil)

Em julho, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) venceu prévias dentro do grupo político que integra, o “Movimento Brasil Livre”, contra o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil), para representar movimento na disputa pela capital paulista.

O “MBL”, contudo, não é um partido político e, conforme a legislação eleitoral, Kim precisaria do endosso de uma sigla para ser candidato. Neste momento, o União Brasil confirma apoio a Ricardo Nunes, e o parlamentar precisaria se filiar a outra legenda até abril de 2024 para ir adiante na campanha.

Procurada, a assessoria de Kim não se pronunciou sobre a disputa.

Veja também: Tabata Amaral e Datena devem concorrer à prefeitura de SP, segundo Gustavo Uribe

Outras candidaturas

Procurados pela CNN, PMN, DC, Novo e PCO afirmaram que não integrarão nenhuma dessas possíveis candidaturas e terão nome próprio no pleito, mas ainda não definiram quem.

O Agir disse que definirá quem irá apoiar no próximo ano.

Não responderam aos contatos da reportagem: Avante, PSTU, PCB, PRTB, UP, Patriota, PMB e PSD.

Datafolha

Segundo o último levantamento do Datafolha, divulgado em 31 de agosto, Boulos tem 32% das intenções de voto, seguido por Nunes, com 24%.

A pesquisa foi realizada entre 29 e 30 de agosto e ouviu 1.092 eleitores. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Foi o primeiro levantamento do instituto para a eleição municipal na capital paulista no ano que vem.

A terceira posição tem um empate técnico entre os deputados federais Tabata Amaral (PSB), com 11%, e Kim Kataguiri (União Brasil), com 8%.

A opção “branco/nulo/nenhum” foi escolhida por 18% dos entrevistados. Outros 5% disseram ainda não saber em quem votar.

Na pesquisa espontânea, na qual não são apresentadas opções aos participantes, Boulos também lidera, com 8%. Ricardo Nunes aparece em segundo lugar, com 4%.

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