A relatora da CPMI dos Atos Antidemocráticos, Eliziane Gama (PSD-MA), protocolou um pedido de acareação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel do Exército Mauro Cid. A senadora Eliziane Gama ressaltou, em coletiva de imprensa, que as informações da delação premiada de Mauro Cid, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, podem contribuir com a conclusão dos trabalhos da CPMI. “Essa delação premiada, certamente, trará fatos novos a esta comissão, e acredito que essa contraposição entre o que Cid fala e o que Bolsonaro fala será vital”, destacou.
Mauro Cid, que era ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, teria sido o responsável pela venda de joias e artigos de luxo do Estado Brasileiro no Exterior. No acordo de delação, Mauro Cid também deve admitir responsabilidade e dar detalhes do esquema de fraude em cartões de vacinação, que inseriu dados falsos de vacinação contra a covid-19. O esquema teria beneficiado o ex-presidente Bolsonaro. “Na delação, ele (Cid) apontou para a parte das vacinas, das joias e do golpe, que é o ponto central de investigação desta CPMI. Acredito que se a gente conseguir aprovar o requerimento de acareação será um ganho muito importante para o fechamento dos trabalhos desta comissão”, enfatizou.
Mauro Cid chegou a ser convocado para prestar esclarecimentos à CPMI, em 11 de julho, mas optou por ficar em silêncio. Ele havia obtido no Supremo Tribunal Federal o direito de ficar em silêncio para não se autoincriminar, uma vez que é investigado em inquéritos da Polícia Federal.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), disse, em entrevista à CNN, que só irá submeter o requerimento da relatora para votação, caso haja acordo para chamar um representante da Força Nacional. O deputado Níkolas Ferreira (PL-MG) protocolou um pedido de convocação do Comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional, Sandro Augusto de Sales Queiroz.
A próxima reunião da CPMI irá ocorrer na próxima terça-feira (19). Na ocasião, o colegiado vai ouvir o general Braga Netto, que foi ministro da da Defesa e da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O general Braga Netto também foi candidato a vice-presidente na chapa com Bolsonaro em 2022.