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Hacker Delgatti admite encontro com Bolsonaro; saiba detalhes

Delgatti depõe à CPMI dos atos antidemocráticos nesta quinta-feira (17); ele admitiu encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada

Menos de uma hora após o início do depoimento à CPMI dos atos antidemocráticos, o hacker Walter Delgatti Neto admitiu nesta manhã de quinta-feira (17) encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em meio à campanha eleitoral do ano passado.

A primeira reunião com o chefe do Executivo aconteceu no Palácio da Alvorada, em Brasília, com intermédio da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ali também estiveram à ocasião o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-assessor de gabinete coronel Marcelo Câmara.

“Tomei café da manhã com ele [Jair Bolsonaro] e ele disse que eu estaria salvando o Brasil”, afirmou Delgatti. “A conversa foi para falar sobre as lisuras das eleições. Por ser o presidente da República, eu fui. Lembrando que eu estava desamparado e sem emprego”, acrescentou. O hacker disse à relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que o presidente ordenou que ele fosse transportado até o Ministério da Defesa. “Eu cheguei [no Alvorada] e a conversa foi bem técnica. Até que o presidente me disse: ‘a parte técnica eu não entendo, mas vou mandá-lo ao Ministério da Defesa e você explica aos técnicos’”, disse.

Delgatti detalhou que o coronel Marcelo Câmara o levou até o ministério pela porta dos fundos. “Fui cinco vezes, ao todo, no Ministério da Defesa. Falei com o ministro Paulo Sérgio Nogueira e com o pessoal do TI [Tecnologia da Informação]”, afirmou. “Ele [Bolsonaro] me assegurou um indulto caso eu fosse preso referente às ações sobre a urna eletrônica”, disse.

Ação publicitária. À CPMI, Delgatti Neto declarou que houve um encontro anterior com o publicitário Duda Lima, que liderou a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eles [equipe de Bolsonaro] queriam que eu criasse um código-fonte e inserisse um código malicioso, não seria o código do TSE. A ideia do Duda é mostrar que a urna poderia ser facilmente manipulada para fornecer outro resultado”, afirmou. “Essa apresentação sobre a urna seria apresentada no 7 de Setembro”, acrescentou.

Hacker Delgatti depõe à CPMI do 8 de Janeiro

O hacker Walter Delgatti Neto depõe à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos nesta quinta-feira (17). Preso preventivamente no início do mês após operação no interior de São Paulo, ele depôs novamente à Polícia Federal (PF) nessa quarta-feira (16), mas em Brasília.

À noite, o advogado Ariobaldo Moreira disse à imprensa que Delgatti incriminou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) apresentando provas de um depósito supostamente feito por assessores dela no valor de R$ 40 mil para que ele invadisse o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserisse informações falsas.

O depoimento de Delgatti à CPMI do 8 de Janeiro é um dos mais aguardados pelos membros da comissão desde o início dos trabalhos. Ainda nessa quarta-feira, o advogado do hacker obteve um salvo-conduto assinado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para garantir o direito ao silêncio a Delgatti.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.
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