O pacote de medidas econômicas que o governo Lula (PT) pretende aprovar até sexta-feira (7) com apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), agita o plenário da Casa nesta terça-feira (4). No início da tarde, o parlamentar Nikolas Ferreira (PL-MG) disparou contra a reforma tributária e sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diminua o número de viagens ao exterior e ‘conheça o Brasil’.
“Somos contrários à reforma da fome, que aumenta impostos e retira atribuições dos municípios. Ela (a reforma) coloca, sim, o pobre no orçamento, mas não de uma forma boa”, declarou. “A reforma obriga o pobre a pagar o orçamento, a tirar o próprio dinheiro para deixar o Lula cada vez mais rico, a União cada vez mais rica”, acusou em referência à unificação de cinco impostos sobre o consumo — IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS.
Trata-se da principal alteração proposta pela reforma tributária, que substituirá os tributos em questão por outros dois: um federal (que unirá IPI, PIS e Cofins) e um estadual/municipal (que será a junção do ICMS com o ISS).
O parlamentar mineiro também criticou a mudança na tributação proposta pelo governo Lula e alegou que a população mais vulnerável será a mais afetada pela aprovação do texto. “Basicamente, estão entregando uma reforma tributária que, na realidade, é uma reforma da fome, onde terá um aumento de 60%, em média, no preço da cesta básica”, afirmou.
A porcentagem citada pelo deputado Nikolas Ferreira é uma estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), calculada no último sábado (1º).
O aumento de 60% no sobre a cesta básica, entretanto, não acontecerá, segundo rebateu o secretário extraordinário da reforma tributária no Ministério da Fazenda, Bernardo Appy. Nessa segunda-feira (3), ele participou da reunião de instalação da Comissão Temática de Assuntos Econômicos e desmentiu o impacto. Appy declarou, por fim, que o cálculo feito pela Abras está errado.
(Com Estadão Conteúdo)