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Lula relembra relação com Fidel Castro e diz que críticas da esquerda são bem-vindas

Presidente afirmou que ex-líder cubano tinha o hábito de criticar internamente e elogiar publicamente seus aliados

Presidente Lula participou da abertura do Foro de São Paulo, encontro de partidos de esquerda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou, durante a abertura do Foro de São Paulo, na quinta-feira (30), a relação com o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, e defendeu que críticas feitas por aliados devem ser recebidas com normalidade e atenção.

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“Aliado não é aquele que está toda hora agradando e alisando, muitas vezes o verdadeiro amigo é aquele que diz que você está errado, muitas vezes, o verdadeiro companheiro é aquele que chama atenção. É por isso que aprendi ao longo da minha vida a admirar e respeitar o companheiro Fidel Castro. Desde 1985, em toda relação que tive com ele, nunca deixou de fazer a crítica que tinha que fazer pessoalmente e nunca deixou de elogiar publicamente”, afirmou Lula.

O petista participou da abertura do Foro de São Paulo, evento que reúne lideranças de partidos de esquerda em Brasília. Lula afirmou que muitos líderes da esquerda se prejudicam com críticas públicas e ataques na imprensa.

“Muitas vezes nós, da esquerda latino americana, nos auto destruímos. Usamos nossos adversários nos meios de comunicação para falar mal e mostrar nossos defeitos”, afirmou.

O presidente disse que não se sente ofendido quando é chamado de ‘comunista’. “Nós não somos vistos pela extrema direita facista como organizações democráticas. Nós somos tratados como se fossemos terroristas. Eles nos chamam de comunistas, achando que ficaríamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos. Ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazista e de neo-facista”, discursou o petista.

Lula criticou ainda os grupos de extrema direita e o discurso radical na política. Segundo o presidente, é possível retomar o respeito aos adversários políticos.

“A democracia é muito importante na medida que você estabelece uma alternância de poder. A democracia é um exercício constante, é como um casamento. No casamento, se o marido e a mulher não fazem concessões um para o outro todo santo dia, o casamento acaba. A democracia é isso, fazer concessão toda hora, são conquistas e derrotas”, avaliou.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.