O deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA) foi escolhido relator do projeto de lei que cria o arcabouço fiscal - conjunto de regras elaboradas pela equipe econômica do governo em substituição ao “teto de gastos”. Aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL),
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (20) ressaltou compromisso pela aprovação do projeto.
“Não tenho vinculação de votar contra por ser oposição, me considero independente. Então, eu penso que a minha posição política é de absoluta neutralidade em relação à relatoria que vamos apresentar”, declarou.
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Cajado reforçou o declaração de Arthur Lira que, nesta semana, projetou que a matéria deve ser levada a plenário até o dia 10 de maio. Ele também disse que uma eventual instalação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro não deve interferir na tramitação do Projeto de Lei Complementar.
“Se tivermos de instalar a CPMI de 8 janeiro, temos de conviver com outros assuntos que não seja apenas o marco fiscal, mas eu não acredito que paralisemos a Câmara”, afirmou.
Ainda durante a entrevista, o deputado defendeu as medidas encampadas pelo Ministério da Fazenda e criticou a regra atual, o teto de gastos, que foi aprovado pelo governo de Michel Temer (MDB) e previa o congelamento dos gastos do governo federal por um prazo de 20 anos.
“Limitar o gasto público apenas ao teto causa problemas como ocorreu na pandemia. Há momentos em que você tem de ter políticas anticíclicas e isso está contido no projeto”, defendeu.
Quem é Cláudio Cajado, relator do arcabouço fiscal?
Natural de Salvador, Cajado tem 60 anos de idade e foi eleito deputado federal, pela primeira vez, em 1995, quando ainda estava filiado ao PFL - partido ligado ao político baiano Antônio Carlos Magalhães.
Quando o partido deixou de existir e se transformou em Democratas (DEM), o deputado se menteve filiado, e foi eleito em 2011 e 2015. A partir das eleições de 2019, Cajado já estava filiado ao PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira.
Além de correligionário e amigo de Lira, Cajado apoiou a reeleição de Bolsonaro à Presidência da República. Em postagens na sua conta oficial no Instagram, ele publicou fotos de atividades de campanha em cidades baianas em que pedia votos no candidato ao Governo da Bahia, ACM Neto (DEM) e para Jair Bolsonaro (PL).
“No dia 30 de outubro, é 44 aqui e 22 lá", dizia uma das postagens, em referência aos números de urna dos dois candidatos.
O apoio de Cajado, no entanto, parece não ter surtido efeito. Na Bahia, ACM Neto foi derrotado pelo candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, apoiado por Lula, por 52,8% a 47,2%. No plano nacional, Bolsonaro perdeu para o petista por 50,9% a 49,1%.